Na altura, foram detidos três suspeitos – uma mulher e dois homens. Nos meses que se seguiram a Judiciária capturou mais sete pessoas, todas suspeitas de terem participado no desembarque. O Julgamento dos dez detidos começou, ontem, em Faro. Um outro suspeito, já identificado, encontra-se a monte.
Na primeira sessão, quatro arguidos prestaram declarações. O primeiro foi Diego Zurita, espanhol, 60 anos, que alegou apenas ter sido contratado para trazer uma carrinha para Portugal – carrinha que viria a ser também apreendida pela PJ, com a droga no interior. Nada sabia do desembarque, garantiu ao colectivo de juízes.
Seguiu-se Liliana Sabino, a única mulher detida, de 28 anos. Morava na casa que serviu de apoio ao desembarque e onde os fardos de droga foram contados. Também ela alegou que nada sabia sobre o desembarque e que apenas lhe tinham pedido para guardar uns objectos em casa – o pedido terá sido feito por Joaquim Serra, 50 anos, outro dos arguidos.
Joaquim Lopes, 40 anos, admitiu ter ajudado a descarregar os fardos, também a pedido de Joaquim Serra, "porque enfrentava grandes dificuldades financeiras", explicou.
Finalmente, Fábio Rosa, 24 anos, confessou que tinha sido contratado para vigiar as saídas e entradas de barcos da Polícia Marítima na capitania de Faro. Reconheceu ainda saber que se ia realizar o descarregamento.
Hermes Serra (24 anos e filho de Joaquim Serra) e José Amador (da mesma idade) também mostraram vontade em prestar declarações mas só o farão no dia 19 de Dezembro, quando se realiza a próxima sessão do julgamento.