Todos os jogos que inventava eram apenas um pretexto para ficar a sós com a menina, que na altura tinha 12 anos. Vizinho da família da vítima, numa aldeia do concelho de Cantanhede, o homem de 59 anos acabou condenado a seis anos e nove meses de prisão e ao pagamento de 60 mil euros à jovem que, na sequência dos abusos, engravidou aos 16 anos.
A bebé nasceu. Hoje tem cinco anos e a vítima dos abusos sexuais, agora com 22 anos, não recebeu um cêntimo do agressor, por este não ter rendimentos e estar na cadeia a cumprir a pena. E, por isso, a Comissão de Proteção às Vítimas de Crimes, presidida por Carlos Anjos, adiantou 30 mil euros para ajudar a vítima e a filha.
"Viu toda a sua vida alterada. Todos os planos rasgados, tudo o que sempre pensou fazer foi destruído. Não foi para a universidade como pensava, pois necessitava de trabalhar para criar a filha.
O agressor foi detido e internado num estabelecimento de saúde, nunca tendo tido nenhuma atenção para com ela ou para com a sua filha. A sua vida foi completamente destruída pelo agressor, tendo vindo, com muito custo e sem apoios, a tentar reconstruir ao longo dos últimos anos", concluiu o juiz que condenou o homem.
A partir de janeiro de 2009, o predador começou a manter relações sexuais frequentes com a menina. Os abusos prolongaram-se até maio de 2013. Além do trauma vivido, a jovem tornou-se ainda o único sustento da família, pois perdeu os pais e passou a viver com a avó, o irmão e a filha.