O Ministério Público de Braga entende que Carlos Alfaia, agente da PSP em Ponte de Lima, deve ser condenado por dois furtos qualificados e por associação criminosa. Esta quinta-feira, nas alegações finais do julgamento do gang que, além de assaltos milionários a casas de luxo em todo o Minho, roubou ainda o conteúdo de 58 dos 60 cofres particulares do banco Santander no centro de Braga, a procuradora afirmou que a investigação "apenas descobriu a ponta do icebergue da conduta criminosa dos arguidos".
No banco dos réus sentam-se dez arguidos, entre os quais um PSP, que está acusado de ter dado informação sobre possíveis alvos a assaltar. "Carlos Alfaia tinha notórios problemas financeiros, percetíveis nas escutas. Compactuava com os arguidos, não estava fisicamente nos furtos, mas era notória a colaboração com os restantes arguidos e tem de ser condenado", afirmou a procuradora, pedindo igualmente a condenação dos restantes acusados no processo, investigado pelo Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Braga.
Só no caso do ataque ao Santander, durante a noite de S. João, em 2018, arrecadaram um total de cerca de 4 milhões de euros. "Não há simples coautoria, não é um simples gang. Há uma estrutura articulada. Alfaia dava dicas, os operacionais faziam vigilâncias. O facto de terem conseguido desfazer-se de grande parte do dinheiro e bens roubados no banco em tão poucos dias mostra bem a capacidade da estrutura", rematou.