À saída da sessão da manhã o seu advogado, Lopes Guerreiro, referiu apenas que Rómulo Costa apresentou a sua versão dos factos, negando a acusação de pertencer a um grupo terrorista, e que pretende esclarecer a verdade dos factos, tendo ainda lamentado que os restantes arguidos não estejam presentes.
Quanto ao arguido Casimo turé, o seu advogado, Serrano Vieira, disse que este não vai para já prestar declarações.
O julgamento prossegue da parte da tarde.
Na curta sessão da semana passada o tribunal decidiu separar os processos dos restantes arguidos que se encontram em parte incerta ou em países terceiros e impossibilitados de estarem presentes.
Em causa no processo estão os crimes de recrutamento, adesão e apoio à organização terrorista Estado Islâmico e financiamento ao terrorismo.
O processo resultou de uma investigação de cooperação judiciária entre as autoridades portuguesas e britânicas, sendo que o arguido Rómulo Costa nega as acusações de terrorismo, admitindo apenas que falou com os irmãos/guerrilheiros por telefone para apurar se estavam bem e saber informações sobre outros familiares a viver em campos de refugiados.
A acusação, entende que os arguidos uniram esforços, recrutaram e financiaram de modo próprio o Daesh
, apoiando a ida de cidadãos portugueses e britânicos para a Síria para combaterem ao lado dos jihadistas.
Rómulo Costa começa por dizer que Fábio, um dos 8 terroristas portugueses que está na Síria e um dos mais ativos nas redes sociais, nunca alimentou as suas redes sociais.
O arguido acrescenta ainda que "nunca quis ir para a Síria".
O julgamento dos terroristas portugueses começa esta terça-feira no Campus da Justiça, em Lisboa, mas o mesmo está em risco de ser adiado pela segunda vez em menos de uma semana.
O processo é composto por oito arguidos, sendo que serão ouvidos apenas dois, os únicos jihadistas que nunca integraram as fileiras do grupo terrorista na Síria.
Um deles é Rómulo Costa, de 40 anos, o único terrorista em prisão preventiva, desde junho de 2019, na prisão de alta segurança de Monsanto. O arguido nega qualquer um dos crimes dos quais é acusado, entre eles recrutamento, financiamento e adesão ao Daesh. Rómulo defendeu já que foi intercetado pelas auoridades nas chamadas, uma vez que pretendia saber estado de saúde dos irmãos a combater nas fileiras na Síria.
O segundo arguido a ser ouvido é Cassimo Turé, de 44 anos, soldado no Daesh na Síria e considerado pela PJ como recrutador.
À entrada para o julgamento, o advogado de Rómulo, Lopes Guerreiro, alertou para a possibilidade do julgamento não arrancar esta terça-feira, uma vez que Ricardo Serrano Vieira, o advogado do segundo arguido, poderá pedir o alargamento do prazo para consulta do processo.