O médico Luís Cunha Ribeiro, principal arguido da operação ‘O Negativo’, na qual se investigam atos de corrupção no negócio do plasma, já está em liberdade. O ex-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e do INEM regressou à sua casa no Porto, precisamente uma das residências que se suspeita ter sido uma ‘oferta’ de Lalanda e Castro.
A Judiciária acredita que o contrato da compra da casa foi ficcionado e serviu para pagar a posição de Cunha Ribeiro enquanto membro do júri. A empresa que vendeu o imóvel tinha como sócio o presidente da farmacêutica suíça Octapharma que depois ganhou o monopólio do sangue. Também Lalanda e Castro, ex-patrão de Sócrates, viu a medida de coação ser alterada. Vai ter de pagar um milhão de euros de caução nos próximos dias e já pode sair da sua moradia de luxo na Quinta Patiño, em Sintra.
Está também proibido de contactar com os restantes arguidos e de sair do País, tal como Cunha Ribeiro, que foi ainda proibido de se deslocar a instituições relacionadas com a matéria investigada, como o INEM, e de exercer determinadas funções na área da Saúde.
Segundo a PGR, esta alteração das medidas de coação foi promovida pelo próprio Ministério Público que tutela a investigação. O magistrado diz verificar-se uma atenuação do perigo de perturbação do inquérito e que os perigos de fuga e de continuação da atividade criminosa que se entenderam por verificados podem ser afastados por medidas de coação não privativas da liberdade.