Portugal prepara tropas para combater terrorismo em Moçambique
Militares deverão formar forças locais para combate em Cabo Delgado. Treino no âmbito da União Europeia e acordo bilateral.
Sérgio A. Vitorino
26 de Novembro de 2020 às 09:24
O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, admitiu esta quarta-feira que Portugal deverá enviar militares para ajudar Moçambique a combater o terrorismo que, no norte do país, já fez mais de dois mil mortos e meio milhão de deslocados. O CM sabe que em cima da mesa está a possibilidade de enviar algumas dezenas de Fuzileiros para darem assessoria e formação, no âmbito de uma missão de treino da União Europeia. Isto porque as unidades combatentes do Exército já se encontram “esticadas” com as missões atualmente em curso.
“Portugal está disponível. Moçambique é um país irmão, com o qua sentimos grande proximidade e estamos obviamente sempre disponíveis. Em primeira linha, compete às autoridades moçambicanas estabelecer aquilo que entendem por útil”, disse Cravinho. O ministro assegurou que a cooperação bilateral “continuará e será seguramente reforçada”.
Grupos jihadistas islâmicos, entretanto filiados no Daesh, estão, desde há três anos, a lançar ataques em Cabo Delgado, zona onde existem grandes investimentos privados na área do gás natural. O Índice Mundial do Terrorismo 2020, esta quarta-feira publicado, assinala 319 mortes em Moçambique (em 2019) resultado de ataques terroristas, mais 140% do que no ano anterior. Moçambique subiu assim oito posições para o 15º país com mais terrorismo.
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