As imagens depressa se multiplicaram nas redes sociais: mostram filas que parecem intermináveis e que causaram um ajuntamento de passageiros, este domingo, no Aeroporto de Lisboa, na zona de chegadas, precisamente na área de controlo sanitário, onde se verifica que os viajantes têm o teste à Covid-19 negativo, exigido para poderem entrar em Portugal.
Segundo apurou o CM, a situação deveu-se à chegada de pelo menos 12 voos quase em simultâneo (cinco do Brasil, quatro da América do Norte e outros três vindos de África). Os passageiros tiveram que estar à espera cerca de uma hora para poderem todos passar pelo controlo sanitário, a cargo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, antes de poderem seguir para o controlo de passaportes e e-gates.
Ao Correio da Manhã, fonte oficial da ANA Aeroportos confirma "que existiu um constrangimento pontual, com geração de fila mais demorada, hoje de manhã", remetendo detalhes sobre o funcionamento da zona de controlo sanitário para o SEF. A entidade refere que "como é habitual, a ANA partilhou a lista de voos com o SEF para que possam adequar os seus meios".
Foram destacados funcionários "para apoio ao passageiro e manutenção do distanciamento físico, de forma a assegurar as melhores condições", assegura a ANA Aeroportos, perante as perguntas do CM sobre o aglomerado de pessoas visto nas imagens, e que desrespeita as regras decretadas pela DGS.
SEF rejeita "quaisquer responsabilidades"
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, rejeita em comunicado "quaisquer responsabilidades na aglomeração de passageiros registada esta manhã", adiantando que, entre as 7h25 e as 9h45 registou-se a aterragem de 18 voos e chegada de cerca de 1400 passageiros.
"Não é da responsabilidade do Serviço o controlo do distanciamento social entre cada um dos passageiros durante a espera", defende o SEF, que desmente que a ANA Aeroportos tenha enviado para o local funcionários do apoio a passageiros. "Durante esse período, não esteve no local nenhum elemento da ANA Aeroportos, apenas Inspetores do SEF, elementos da PSP e elementos do laboratório responsável pelas realização dos testes", garante o SEF.
Outro motivo apontado foi um "atraso na chegada de um voo de Dakar (...) e uma irregularidade, por parte da ANA Aeroportos, verificada com o voo de Fortaleza que foi desembarcado na porta 42" e que obrigou a circulação de passageiros em sentido contrário e gerando maior aglomerado de pessoas.
O SEF adianta que, nas operações desta manhã, estavam destacados "7 a 10 inspetores a fazerem o controlo documental e o controlo dos testes à Covid-19", quando habitualmente são 5 os inspetores do SEF a realizar esta função no aeroporto de Lisboa.