Depois de há cinco anos ter decorrido em Nova Iorque a primeira conferência, Portugal, em conjunto com o Quénia, organiza o segundo encontro, sob o lema "Salvar os Oceanos, Proteger o Futuro".
Desta forma Lisboa acolhe entre esta segunda e sexta-feira, a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas que reune políticos, entre os quais 25 chefes de Estado e de governo e uma centena de ministros, pelo menos 38 agências especializadas e organizações internacionais, quase 1.200 organizações não-governamentais e outras entidades, mais de 400 empresas e centena e meia de universidades.
Os números fazem da conferência de Portugal o maior evento alguma vez realizado sobre os oceanos. A realização da Conferência em Lisboa foi aprovada pela ONU em 2019 e devia ter sido em 2020, mas foi adiada devido à pandemia de Covid-19.
"Cabe a vocês, como media, chamar a atenção do mundo que é muito importante debater a guerra, encontrar um caminho para a paz, mas também é muito importante, se não, a longo prazo, mais importante, o que estamos a discutir aqui nesta conferência", afirmou o chefe de Estado português.
Na sua intervenção, em que assumiu quatro compromissos em termos de ação, António Costa procurou salientar a ideia de que, quando se fala de oceanos, o conhecimento científico "tem de estar no centro".
Nesse sentido, aproveitando a centralidade atlântica dos Açores, o Governo português, de acordo com António Costa, "dará continuidade ao investimento na iniciativa Air Center, enquanto rede de colaboração científica entre países e institutos de investigação sobre áreas como o espaço, a observação da atmosfera, os oceanos, o clima e a energia".
O chefe de Estado português deixou esta mensagem na abertura da 2.ª Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas (ONU), coorganizada por Portugal e pelo Quénia.
"Precisamos urgentemente de construir uma economia baseada nos oceanos, onde a proteção eficaz, a produção sustentável e a prosperidade equitativa vão de mãos dadas. Estas ações devem ser tomadas coletivamente porque o oceano é um bem comum global", disse o chefe de Estado queniano, na abertura da Conferência dos Oceanos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, esteve também presente na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas onde começou por falar primeiro em português: "É com gosto e satisfação que regresso ao Parque das Nações para este evento de maior relevância".
Continuando o seu discurso em inglês, António Guterres referiu que apesar dos oceanos nos conectarem, "tomamos os oceanos por garantido e agora vivemos numa emergência oceânica".
"Não podemos ter um planeta saudável, sem um oceano saudável", salientou.
António Guterres deixou ainda algumas sugestões tais como: "Investir na sustentabilidade dos oceanos e fazer com que os oceanos sejam um modelo para a gestão dos problemas globais, prevenindo todos os tipos de poluição".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, discursou esta segunda-feira na abertura da Cimeira dos Oceanos que está a decorrer no Parque das Nações, em Lisboa.
Esta "é uma Cimeira difícil, uma Cimeira dura" diz Marcelo de Sousa, realçando que a Declaração de Lisboa que sairá da Conferência da ONU "está praticamente pronta e foi muito pacífica".
"Os políticos vão, os oceanos ficam", refere, acrescentando que "os oceanos são vitais para tantas pessoas e gerações mais jovens que vão liderar o futuro".
Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que este "é o tempo certo, porque devemos recuperar o tempo perdido e dar uma hipótese à esperança. Antes que seja tarde".