Cinco dias após ser detetado o 1º caso de Covid-19 no lar de Reguengos de Monsaraz, a 21 de junho, os médicos da USF Remo, que fizeram a avaliação inicial dos utentes do lar, reportaram à direção do ACES Alentejo Central e à Autoridade de Saúde Pública, por email, “as péssimas condições existentes na instituição para prestação de cuidados aos utentes infetados”.
No entanto, estas denúncias de quem estava a tratar os idosos não surtiram efeito e os médicos chegaram mesmo a ser ameaçados pelo presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo, José Robalo, de que poderiam incorrer em processo disciplinar se não mantivessem a prestação de cuidados no lar. Os factos constam do relatório da auditoria da Ordem dos Médicos, cujo conteúdo foi noticiado em primeira mão pelo CM na edição de segunda-feira, e já levaram a várias reações.
José Robalo confirmou que levantou a possibilidade de um processo disciplinar e, à RTP, considerou que competia aos médicos “ter criado as melhores condições de alternativa se efetivamente consideravam que as condições não eram as melhores para a prestação de cuidados”.
O surto do lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva provocou 162 casos de infeção e 18 mortos, 16 dos quais utentes da instituição.
O número de pessoas infetadas com Covid-19 na vila de Mora subiu para 46, mais quatro do que na segunda-feira. Esta terça-feira foram testados todos os trabalhadores da câmara e da junta de freguesia, num total de 160 pessoas. O comércio e serviços continuam fechados.
No concelho de Montemor-o-Novo há 25 casos, 10 dos quais em Ciborro. As autoridades de saúde estão a investigar se este surto está relacionado com o de Mora.
Ministra já leu o relatório da Ordem
A Segurança Social enviou ao Ministério Público um relatório sobre o lar de Reguengos a 16 de julho, revelou a ministra Ana Mendes Godinho. A governante, que em entrevista ao ‘Expresso’ afirmara que não tinha lido o relatório da Ordem dos Médicos, disse esta terça-feira que já o leu.
Saiba mais500A maior estrada portuguesa, a EN2 (Chaves-Faro), atravessa os concelhos de Montemor-o-Novo e Mora. Ciborro é uma das ‘localidades-fetiche’ dos amantes da EN2: é aqui que está o marco do quilómetro 500.
Distrito de ÉvoraO distrito de Évora, com 14 municípios, é o segundo maior de Portugal continental: com 7395 quilómetros quadrados, apenas é superado pelo distrito de Beja. Mora, Montemor-o-Novo e Reguengos de Monsaraz têm um total de 30 mil habitantes.
Mora e Montemor-o-Novo em alerta O número de pessoas infetadas com Covid-19 na vila de Mora subiu para 46, mais quatro do que na segunda-feira. Esta terça-feira foram testados todos os trabalhadores da câmara e da junta de freguesia, num total de 160 pessoas. O comércio e serviços continuam fechados.
No concelho de Montemor-o-Novo há 25 casos, 10 dos quais em Ciborro. As autoridades de saúde estão a investigar se este surto está relacionado com o de Mora.