No final desta semana deverão ser conhecidos os procedimentos para a vacinação de crianças entre os 5 e os 11 anos contra a Covid-19, nomeadamente o calendário e a forma como se irá organizar o processo.
A informação foi avançada pelo primeiro-ministro, António Costa, num programa na
SIC.
O coronel Carlos Penha-Gonçalves, responsável pelo Núcleo de apoio ao Ministério da Saúde, deverá apresentar o plano para a vacinação nesta faixa etária.
A vacinação deverá arrancar nas crianças com 11 anos.
Costa revelou que a Direção-Geral da Saúde ainda se encontra a analisar o tempo de intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina.
Na terça-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) recomendou a vacinação das crianças entre os cinco e os 11 anos, com prioridade para as que têm doenças consideradas de risco para covid-19 grave.
Em comunicado, a DGS disse que esta recomendação surge na sequência da posição da Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19 (CTVC), que considerou, com base nos dados disponíveis, que a avaliação risco-benefício, numa perspetiva individual e de saúde pública, é favorável à vacinação das crianças desta faixa etária.
António Costa sublinhou que as crianças sofrem menos com a doença, mas são "altamente transmissoras" da mesma, seja por se movimentarem muito, seja por exteriorizarem muito os afetos.
"Como se diz a uma criança que não se pega ao colo ou não se dá um abraço, não se diz", vincou.
Além disso, o chefe do Governo salientou que uma criança infetada tem um "efeito muito nocivo" para si, para a sua família e escola porque, desde logo, interrompe o seu processo de aprendizagem, o que é mau para o seu desenvolvimento.
"Pessoalmente, se tivesse filhos pequenos, não tinha dúvidas de que os vacinaria, mas cada pai é que tem de tomar a decisão", comentou.
O chefe do Governo ressalvou que a vacina para as crianças já está muito testada, estando já a ser administrada em vários países.
Existem 600 mil crianças para serem vacinadas entre os cinco e 11 anos, revelou, dizendo que o Governo tem já 700 mil vacinas encomendadas e que chegarão até final de janeiro.
O primeiro-ministro apelou às famílias para realizarem autotestes à covid-19 antes dos convívios de Natal para evitar um "janeiro horrível" como aquele que foi o de 2021.