Portugal atinge máximo de 1646 casos de Covid-19 num dia
Pelo terceiro dia seguido o País ultrapassou as mil novas infeções, havendo registo de mais cinco mortos.
Bernardo Esteves
11 de Outubro de 2020 às 01:30
Portugal registou este sábado um número-recorde de 1646 novos casos com o novo coronavírus e passou as mil infeções pelo terceiro dia seguido. O segundo maior registo foi a 10 de abril, com 1516 infeções, e o terceiro nesta sexta-feira, com 1394. Foram reportados mais cinco mortos, subindo o total para 2067.
O virologista Pedro Simas considera este aumento “completamente esperado”, devido ao “aumento do movimento das pessoas”, e diz que este máximo “não é alarmante” quando comparado com outros países europeus. O especialista admite contudo que a situação poderá tornar-se “muito complicada daqui a duas semanas” e defendeu que é preciso “tentar controlar as zonas mais complicadas”.
Também Constantino Sakellarides, ex-diretor-geral da Saúde, diz que é preciso “uma análise mais detalhada” dos números a nível “regional e local”. O especialista não prevê um novo confinamento nacional, mas antecipa “restrições a nível local”.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que compreende o cansaço sentido pelos profissionais de saúde e pelos portugueses para enfrentarem um “esforço que está a ser muito mais longo do que se pensava”, lembrando que a Saúde vai "além da Covid-19".
Em Bragança, o surto da Santa Casa da Misericórdia matou mais duas pessoas, ambas utentes, um homem de 94 anos e uma mulher de 88. O número de óbitos subiu para oito pessoas, sete mulheres e um homem, entre os 78 e os 95 anos. Estão ativos 141 casos, entre 108 utentes e 33 funcionários.
Marcelo condecora primeira equipa a lidar com o vírus
O Presidente da República condecorou o médico Miguel Abreu e mais três profissionais do Hospital de Santo António, Porto, a primeira equipa a tratar um doente com Covid-19 no País. A ministra da Saúde, Marta Temido, enalteceu o seu trabalho num contexto “extremamente difícil”.
Médicos deixam alerta para falta de condições
O Sindicato dos Médicos da Zona Sul aconselha os clínicos do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (São José, Capuchos, Santa Marta, Estefânia, Curry Cabral e Alfredo da Costa) a pedirem “escusa de responsabilidade civil” devido à falta de condições. “O SMZS aconselha todos os médicos que vejam a assistência aos doentes prejudicada por falta de condições para a prática médica de acordo com a 'legis artis' que coloquem as minutas de 'escusa de responsabilidade civil' como forma de expressão da sua discordância perante a atual situação”, refere o sindicato, frisando que o recente aumento de doentes internados com Covid-19 está a ser feito “à custa de camas destinadas a doentes 'não covid' e sem um adequado reforço do número de médicos, pondo em risco a prestação de cuidados” a todos os doentes.
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