Mais de mil pessoas participaram este sábado, em Setúbal, no protesto contra as dragagens no estuário do Sado, que visam permitir a entrada no porto de embarcações com um maior calado. "Com esta obra estaremos a prejudicar o estuário e os oceanos", disse ao
CM Francisco Ferreira, presidente da Associação Zero, uma das entidades que convocaram a manifestação.
Apesar de ter viabilizado o processo, a Agência Portuguesa do Ambiente diz que esta obra que atravessa a Reserva Natural do Estuário do Sado, o Parque Marinho Luiz Saldanha, em pleno Parque Natural da Arrábida, assim como outras sete áreas de proteção ambiental, terá efeitos irreversíveis para toda a biodiversidade.
Uma avaliação que levou Pedro Vieira, do Clube da Arrábida, "a temer pelo futuro da comunidade única de golfinhos existente no estuário". Na rua, muitos populares empunharam cartazes em defesa do Sado e dos golfinhos.
A manifestação ocorreu num momento em que os organizadores acreditam estar por dias o arranque das obras. "Os trabalhos terão efeitos irreversíveis na qualidade das areias das praias, das pradarias marinhas e na sobrevivência de várias espécies", dizem.
PORMENORESProvidências cautelaresNos últimos 12 meses foram interpostas seis providências cautelares contra as dragagens no estuário do Sado. Nenhuma foi decretada e duas não foram aceites pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada.
6,5 milhões de metros A obra de expansão do Porto de Setúbal leva à retirada de 6,5 milhões de m³ de areia Sado.