As ruínas castrejas que resistem no caminho para o castelo mostram que nestas terras vive gente desde pelo menos a Idade do Bronze, ou seja, há mais de quatro mil anos.
O castelo, erguido no pináculo do maior afloramento monolítico granítico que se conhece no país, foi edificado antes da nacionalidade e serviu de abrigo a Dona Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, quando, após a batalha de S. Mamede, seguia para o exílio na Galiza.
Reza a lenda que, no século XIII, o castelo foi palco de um terrível crime passional. O seu alcaide, tetravô do Condestável, lançou fogo à parte habitada quando descobriu que a sua mulher o tinha traído com um monge cisterciense do Convento de Bouro. Morreram a mulher, o frade e os criados.
Mas a grande figura da Póvoa de Lanhoso é a mítica Maria da Fonte, a mulher que liderou a revolta de meados do século XIX, que começou por ser contra o enterro dos mortos fora das igrejas e que rapidamente se transformou numa enorme contestação popular ao governo de Costa Cabral.
Esta mulher, que na verdade ninguém sabe quem foi, terá nascido na freguesia de Fontarcada, onde se ergue um templo românico do século XIII. Aliás, este concelho tem três monumentos nacionais: o Castelo, a ponte de Mem Gutierres, onde mais à frente passaremos, e a belíssima igreja de Fontarcada.
Uma das marcas culturais, artísticas e sociais destas terras é a filigrana, essa fina e laboriosa forma de trabalhar o ouro. A história desta arte é contada no Museu do Ouro, no lugar de Aldeia de Baixo, freguesia de Travassos.
A paisagem deste município do interior do distrito de Braga é moldada por dois rios, o Cávado e o Ave, e pelos frondosos vales que estes cursos de água definem. O espelho de água formado pela barragem de Andorinhas é um dos excelentes locais de veraneio, a que se juntam as diversas praias fluviais. A de Verim, por exemplo, tem categoria de excelência. Se puder visitar a Póvoa de Lanhoso nos primeiros dias de setembro, tem sorte porque, nessa altura, realiza-se a romaria de Nossa Senhora de Porto d’Ave, também conhecida por festa dos bifes e dos melões. No final do almoço pode dormir uma sesta à sombra do carvalho de Calvos, uma árvore que nos mostra que não são apenas as oliveiras que podem durar mais de 500 anos.
A ponte que foi feita pelo diabo devido a um caso de amor
A ponte medieval de mem gutierres, na freguesia de Esperança, foi, reza a lenda, feita pelo diabo para que um jovem pudesse estar com a sua amada. Como o amor era verdadeiro, um padre benzeu a a ponte, que se manteve, firme, para sempre.