Uma virtude nem sempre explorada em termos de comunicação da região de Lisboa é uma certa frescura natural dos seus vinhos pelo facto da proximidade do mar oferecer condições climáticas muito favoráveis à cultura da vinha.
As temperaturas moderadas que se fazem sentir na região contribuem para a produção de uvas ricas em ácidos naturais. E uvas com estas características darão origem a vinhos naturalmente mais frescos (sem necessidade de correções), pelo que com maior capacidade de viverem no tempo.
Se a estas condições juntarmos, no caso dos brancos, umas certas notas salinas, temos então vinhos diferentes. E vinhos diferentes são uma bênção nestes tempos de padronizações vitícolas.
Ainda recentemente provámos alguns vinhos brancos da casta Vital (num caso com 20 anos!) que estavam soberbos. E só é pena que a maioria dos produtores não se interesse por esta casta que cresce na região só porque a mesmo não é lá muito fácil de tratar na vinha.
Ora se a frescura é fundamental num vinho branco, por maioria de razão é desejável num espumante. E é o que acontece com este espumante Adega Mãe Bruto 2015, o primeiro vinho desta natureza do projeto ligado ao grupo Riberalves.
Feito pelos enólogos Anselmo Mendes e Diogo Lopes, este é o primeiro espumante da Adega Mãe.
As castas escolhidas foram a francesa Chardonnay e a portuguesa Fernão Pires, pelo que vamos sentir algumas notas perfumadas de maçã com certos aromas de pastelaria. Na boca, uma bolha fina e fresca.
Bom vinho para funcionar como aperitivo, à conversa com os amigos. E por um preço interessante.