"Criadora de imagens poderosas, que provocam, desconcertam e devolvem o olhar a quem as observa, Armanda Passos criou um imaginário que, ancorado numa certa tradição, é também imediatamente reconhecível como seu", sublinhou Graça Fonseca numa nota de pesar.
A pintora Armanda Passos morreu esta terça-feira, confirmou a Universidade do Porto, lamentando a perda de uma das "mais notáveis artistas plásticas" portuguesas.
"O seu traço e as suas cores, de expressão veemente, construíram um universo único na pintura portuguesa, entre o fantástico e o grotesco, entre o sonho e o real, que aborda e inquieta quem o vê", aponta ainda a ministra da Cultura em comunicado.
A obra de Armanda Passos está representada em coleções como a do Museu Nacional de Arte Contemporânea, da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação Oriente, Fundação Champalimaud, do Museu de Serralves, ou do Museu Amadeo de Souza-Cardoso.
Natural de Peso da Régua e formada em artes plásticas pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, Armanda Passos começou a expor a sua obra em 1976, em mostras coletivas, tendo feito a sua primeira exposição individual em 1981, na Cooperativa Árvore, no Porto, com o título "Pintura e Desenho".
Ao longo do seu percurso artístico expôs em Portugal, mas também internacionalmente, com mostras individuais ou coletivas em Espanha, Bélgica, em França, Alemanha, Suíça, Inglaterra, Luxemburgo, Itália, Turquia e Estados Unidos.
Representou Portugal em diversos eventos internacionais, nomeadamente na V Biennale Der Europaischen Grafik (1988), na Alemanha, e na Exposition Internationale de la Gravure -- "Intergrafia 91" (1991-1992).
Encontra-se também representada na Coleção de Arte Contemporânea do Estado, a qual foi recentemente enriquecida com duas obras doadas por Armanda Passos, na sequência de um encontro entre a artista e a ministra da Cultura, no contexto da homenagem promovida pelo Museu do Douro com a criação de um espaço dedicado à sua obra.
"Estas obras testemunham o seu talento único e o seu contributo inestimável para a cultura portuguesa, mas igualmente a imensa generosidade de uma artista que doou uma parte significativa da sua obra para fruição pública", salienta ainda a mesma nota do Ministério da Cultura.