Nudez e erotismo dentro de catedral para videoclipe de rapper levam a demissão na Igreja
Deão que aprovou gravação do videoclipe apresentou a demissão após a polémica.
Correio da Manhã18 de Outubro de 2021 às 13:58
Nudez e erotismo dentro de catedral para videoclipe de rapper levam a demissão na Igreja
FOTO: Direitos Reservados
Abriu-se uma 'guerra' na Igreja após a divulgação do último videoclipe do rapper madrileno C. Tangana. O vídeo da música 'Ateo' foi filmado em plena Catedral Primada de Toledo e, como resultado da discórdia entre os clérigos, o deão da catedral acabou por apresentar a demissão. A polémica estalou devido ao erotismo, sensualidade e... nudez implícitos no 'clip' e na letra do músico que bebe influências no trap, reggaeton e música latina.
Juan Miguel Ferrer, o deão da Catedral de Toledo, aprovou a gravação do videoclipe da música de Tangana que retrata uma conversão à fé "através do amor humano", referiu o deão em declarações à imprensa espanhola. Mas as imagens não caíram bem, nem entre os clérigos nem entre muitos dos fiéis, que organizaram manifestações em frente à catedral e se insurgiram nas redes sociais perante toda a polémica.
A letra diz: "Yo era ateo / Pero ahora creo / Porque un milagro como tú / Ha tenido que bajar del cielo" [Eu era ateu, mas agora creio, porque um milagre como tu só pode ter descido do céu]. Segundo um comunicado de Juan Miguel Ferrer, a autorização para a gravação do videoclipe surgiu com o objetivo de promover "o diálogo com a cultura contemporânea, preservando sempre a fé da Igreja".
Mas de nada valeram as justificações do deão daquela catedral, o arcebispado de Toledo lamentou profundamente que um vídeo daqueles tenha sido filmado no principal templo da arquidiocese. Entre os maiores críticos da gravação está um sacerdote daquela catedral, Félix Barolomé, que afirma que as imagens "ofendem gravemente Deus e a dignidade do Templo Primaz, coração da Igreja de Toledo e de Espanha".
Manifiesto mi desacuerdo con la nota publicada personalmente por el Sr. Deán puesto que una finalidad de diálogo con el lenguaje contemporáneo no puede justificar en ningún caso actos que contrarios a la santidad de Dios