A decisão foi anunciada em Copenhaga, Dinamarca, por Jacques Rogge, presidente do Comité Olímpico Internacional. Quando abriu o envelope, apenas duas cidades estavam habilitadas: Rio de Janeiro e Madrid. Para trás tinham ficado as candidaturas de Tóquio (contestada pela maioria dos japoneses) e de Chicago, a grande favorita por ter Barack Obama a dar a cara por ela. Mas, no preciso momento do anúncio, o presidente dos Estados Unidos já estava a bordo do ‘Air Force One’ de volta a Washington.
A candidatura brasileira acabou por ganhar a votação final sem surpresa, por 66 votos contra 32. Poucos admitiam a derrota carioca devido à ‘tese da rotatividade’. Com os Jogos de 2012 marcados para Londres, seria muito difícil ver de novo a Europa a receber o maior evento desportivo do Planeta em 2016.
Desta forma, a América do Sul recebe pela primeira vez umas Olimpíadas. O Brasil já tinha lançado candidaturas em 2004 e 2012. Mas o grande envolvimento das várias esferas do poder político, com o presidente Lula da Silva à cabeça, fizeram agora a diferença. Também Pelé se empenhou fortemente na promoção da candidatura. Ontem, quando o resultado foi anunciado, o ‘Rei’ chorou de emoção e comandou os festejos. Ao Mundial de Futebol de 2014 o Brasil junta os Jogos Olímpicos de 2016.
A DERROTA DE BARACK OBAMA
A derrota da candidatura de Chicago é também a derrota de Barack Obama. O presidente dos Estados Unidos apostava no reforço da imagem de uma "América aberta ao Mundo", palavras do próprio. Uma aposta furada. Antes da votação já o delegado paquistanês, membro do COI, relembrava a grande dificuldade que muitos estrangeiros têm em obter vistos de entrada nos ‘States’. Obama terá percebido aí que não ia ganhar.