O detentor do 'The Best' da FIFA marcou 35 golos nas primeiras 26 rondas, antes de se lesionar e deixar os companheiros de equipa provar que, mesmo sem ele, são a incontestável força número 1 da Bundesliga -- de regresso, marcou o 36.º na ronda 31.
A superioridade dos bávaros na Alemanha é, aliás, absoluta, com 31 títulos, mais 22 do que segundo do 'ranking', o Nuremberga, que, desde 1902/03, soma os mesmos nove cetros do que o Bayern Munique nos últimos nove anos, desde 2012/13.
O triunfo ainda com duas rondas por disputar demonstra que, mais uma vez, os ainda detentores dos títulos europeu e mundial não tiveram rivais à altura, ainda que não tenho sido propriamente um 'passeio' para o 'onze' de Hans-Dieter Flick.
Ainda assim, o conjunto de Munique esteve quase sempre na liderança, com cinco exceções - segunda à quinta jornadas, 11.ª e 12.ª -, e mostrou sempre, nos momentos delicados, que era a melhor equipa, prevalecendo quando isso era imperioso.
O Bayern Munique afirmou-se, e sempre fora de casa, primeiro com um 3-2 ao então co-líder Borussia Dortmund, à sétima jornada, depois com um 2-1 ao então líder Bayer Leverkusen, à 13.ª, e, a finalizar, com um 1-0 ao Leipzig, que seguia a quatro pontos, sem Lewandowski, no jogo que 'sentenciou' o título, à 27.ª.
A resposta com três vitórias às três derrotas, nos redutos de Hoffenheim (1-4, à segunda ronda), Borussia Mönchengladbach (2-3, à 15.ª) e Eintracht Frankfurt (1-2, à 22.ª), reforçam a força mental de uma equipa que nunca duvidou de si própria.
Em relação à época passada, o Bayern Munique quase nada mudou, sendo a principal novidade a mudança de Kimmich, que saiu da defesa a passou para o meio-campo, para fazer face à saída de Thiago Alcântara para o Liverpool.
De resto, foi mais do mesmo, com Leroy Sané, o único grande reforço, ex-Manchester City, a incorporar-se bem, mas, nem sempre muito regular, a não ter um papel determinante.
A grande figura foi, destacado, Lewandowski, que só ainda não bateu o recorde de Gerd Müller, de 40 golos numa edição (1972/73, também ao serviço dos bávaros), porque uma lesão -- na seleção - o fez falhar quatro jornadas (27.ª à 30.ª).
Mesmo que não supere esse registo, o polaco tem tudo para arrebatar pela primeira vez, aos 32 anos, a 'Bota de Ouro', prémio para o melhor marcador dos campeonatos europeus, o que é sempre mais difícil na Alemanha do que em Espanha, Inglaterra, Itália ou França pelo facto de a Bundesliga ter menos quatro jornadas.
Na edição 2020/21 da Bundesliga, Lewandowski só ficou em branco por quatro vezes, somando um 'póquer', no 4-3 ao Hertha Berlim, três 'hat-tricks', um deles no 4-2 ao Borussia Dortmund, cinco 'bis' e ainda 13 jogos com um golo.
Além do polaco, realce para Kimmich, que imperou no meio-campo, e também para a importância dos 'trintões', nomeadamente do guarda-redes Manuel Neuer (35 anos), do central Jérôme Boateng (32) e do avançado Thomas Müller (31).
Alaba, que está de partida e já tem substituto -- em Upamecano, já contratado ao rival Leipzig -, foi também muito importante no sucesso dos bávaros, tal como Pavard, Süle, Davies, Lucas Hernández, Goretzka, Gnabry e Coman.
Na lista dos campeões, também entra um português, o médio Tiago Dantas, emprestado pelo Benfica, que foi utilizado três minutos na goleada ao Colónia (5-1, à 23.ª ronda) e foi titular, sendo substituído aos 66, no empate com o Union Berlim (1-1, à 28.ª).
Além da Bundesliga, o Bayern também venceu o Mundial de clubes, a Supertaça Europeia e a Supertaça a Alemanha, mas caiu nos 'quartos' da 'Champions' - sem Lewandowski, face ao PSG -, e na segunda ronda da Taça da Alemanha, face ao Kiel, nos penáltis.
Em 2021/22, uma nova 'era' começará em Munique, face ao anunciado 'adeus' de Flick e à chegada do jovem Julian Nagelsmann (33 anos), do rival Leipzig, mas os objetivos voltarão, certamente, a ser os mesmos, passando por ganhar tudo, incluindo uma 10.ª Bundesliga consecutiva.