O FC Porto conquistou este domingo a 9ª dobradinha ao juntar a sua 18ª Taça de Portugal ao título de campeão, após derrotar o Tondela no Jamor, por 3-1, num jogo com dois penáltis que geraram alguma polémica.
Num embate de opostos, com o campeão e uma das equipas despromovidas à II Liga, assistiu-se a uma partida de sentido único, ou seja, o da baliza de Niasse.
Os dragões apresentaram um futebol rendilhado e objetivo. Foi fácil perceber que a tática delineada por Sérgio Conceição passava por marcar cedo. Os tondelenses jogaram com a arma que tinham: o coração. Organizados a defender, fizeram da união e solidariedade a sua principal arma. Não chegou.
Pepê protagonizou a primeira situação de perigo, mas acabou a pedir um penálti cometido por Sagnan. O juiz mandou seguir, mas parece ter sido falta.
Não foi preciso esperar muito e o VAR voltou a ser chamado. Desta vez por uma mão de Marcelo Alves quando saltava com Otávio. Depois de ver o lance na televisão do estádio, Rui Costa assinalou o penálti, que Taremi converteu e lançou o FC Porto para mais uma conquista. No entanto, o iraniano parece estar em posição irregular.
A perder, o Tondela foi obrigado a procurar outros terrenos. Esticou a manta, mas nunca conseguiu incomodar Marchesín, o guarda-redes argentino que jogou sempre na Taça. Os 75 por cento de posse de bola explicam esta 1ª parte.
Na etapa complementar, o FC Porto manteve o pé no acelerador. Após um duelo empatado com dois episódios entre Niasse e Pepê, Vitinha aumentou a vantagem para os dragões, concluindo uma boa combinação com Pepê.
O extremo Pepê estava imparável e arrancou mais uma grande penalidade para os portistas, após um sofrer um ligeiro toque de Sagnan no ombro.
Taremi quis marcar o castigo máximo, mas rematou ao poste, desperdiçando uma situação soberana de golo.
Num dos poucos laivos ofensivos, o Tondela ainda reduziu para 2-1 por Neto Borges. Mas ainda os adeptos tondelenses celebravam nas bancadas, já o iraniano Taremi tinha reposto a vantagem em dois golos, após um passe soberbo de Otávio. Um triunfo incontestável.
Positivo e negativo
Sérgio bisa na dobradinha
O técnico Sérgio Conceição tornou-se este domingo no primeiro treinador do FC Porto a ganhar por duas vezes o campeonato e a Taça de Portugal na mesma época. O treinador portista reeditou o feito que alcançou na temporada de 2019/20.
Muita alma, pouco pulmão
O Tondela, desmoralizado com a descida de divisão, não conseguiu cumprir o plano para travar o campeão. Um duelo entre David e Golias. A muralha defensiva só conseguiu resistir 20 minutos. Houve alma e coração, mas faltou tudo o resto.
Arbitragem: Penáltis com polémicaTrês lances para penálti e o juiz assinalou os dois que geram polémica. No 1º, Taremi parece em posição irregular e no 2º o toque de Sagnan sobre Pepê foi leve. Aos 8’ houve penálti sobre Pepê, mas o juiz mandou jogar.
"Subia mais 300 degraus com prazer"
“Os recordes têm valor quando conquistamos títulos. Este ano conseguimos os dois mais importantes a nível interno. Estamos felizes por isso”, disse Sérgio Conceição após se tornar no primeiro técnico português a fazer duas dobradinhas e nem lhe custou subir as escadas do Jamor: “Fiz quase 20 km e subia mais 300 degraus com prazer.”
"Deixámos uma imagem positiva"
“É uma final que vamos recordar pelas coisas positivas, por ter chegado aqui. Há que desfrutar. Não conseguimos discutir o jogo até final mas deixámos uma imagem positiva”, disse este domingo Nuno Campos, técnico do Tondela, acrescentando: “Foi pena não termos conseguidos dar esta Taça aos nossos adeptos. Acreditámos até ao fim.”
Trio inspirada ajuda Taremi a resolver
o Marchesín – Não fez uma única defesa. Saída disparatada aos 34 minutos.
o João Mário – Pouco eficaz no apoio ao ataque e deixou o lateral adversário nas suas costas no golo do Tondela.
o Mbemba – Despedida em grande, sem um lance perdido e lesto nas dobras.
o Pepe – A este nível não surpreende que seja o jogador de campo mais velho de sempre a conquistar a Taça.
o Zaidu – Sem erros comprometedores, mas também pouco influente no ataque.
o Grujic – Rei e senhor do meio-campo. Recuperou inúmeras bolas, como no 3-1.
o Vitinha – Foi ele que ajudou a elevar o nível da equipa na 2ª parte. A combinação com Pepê para o 2-1 é exemplar.
o Pepê – Falhou um golo certo aos 49’, mas compensou com o passe para Vitinha marcar e o 2º penálti conquistado.
o Otávio – O melhor dragão até ao intervalo. Conquistou um penálti, fez um corte decisivo na sua área e ainda picou a bola para Taremi bisar.
o
TAREMI - É certo que falhou um penálti, ao acertar no poste, mas concretizou outro e a finalização do 3-1 é divinal. Explorou sempre bem a profundidade, como no passe para golo que Pepê falhou.
o Evanilson – Falhou a oportunidade que teve aos 45’+1.
o Galeno – Esforçado.
o F. Conceição – Agitador.
o Uribe – Voltou após lesão.
o Toni Martínez – Cumpriu.
Cabeça de Neto foi a única fora do sufoco
o Niasse – Muito complicativo a jogar com os pés, nunca tranquilizou a equipa. Um par de boas defesas não chega para apagar os erros.
o Tiago Almeida – Esforçado mas sem capacidade para travar o poderio adversário.
o Eduardo Quaresma – Espírito de luta e pouco mais.
o Marcelo Alves – Colocou-se a jeito para o árbitro marcar penálti com uma abordagem descuidada.
o Sagnan – Pepê aproveitou-se da sua ingenuidade para ‘cavar’ o segundo penálti da tarde no Jamor.
o Pedro Augusto – Engolido por Grujic e Vitinha.
o Undabarrena – Tal como o colega do meio-campo, nunca teve capacidade para travar o sufoco portista.
o Salvador Agra – Excelente cruzamento, para o sítio certo, para Neto Borges marcar.
o Daniel dos Anjos – Na única vez que teve bola e espaço foi lento e desajeitado.
o Rafael Barbosa – Passou ao lado do jogo.
o João Pedro – Nada mudou.
o Dadashov – Inconsequente.
o
NETO BORGES - Não teve missão fácil perante Pepê mas foi resistindo. E ainda teve forças para ser o único a criar perigo no ataque. Além do excelente golo de cabeça, ainda acertou outra bola na trave.
o Bebeto – Refrescou a faixa.
o Tiago Dantas – Só com ele o Tondela teve bola. O 2º melhor, a seguir a Neto Borges.
o Boselli – Mal se viu.