Duas derrotas nos últimos três jogos e a possibilidade de ver o líder FC Porto aumentar a vantagem para seis pontos na Liga. Estas são as consequências da derrota deste sábado do Sporting diante do Sp. Braga, que teve no menino Gorby o seu grande herói.
No terceiro confronto da época entre leões e guerreiros, a vitória finalmente sorriu aos minhotos. Foi um início de jogo muito cauteloso de ambas as equipas, que apresentaram esquemas idênticos. Mais posse de bola para o Sporting, a chamar o adversário para depois fazer rápidas transições. Pote deu o primeiro sinal de inconformismo aos 11’ quando rematou à figura de Matheus.
O Sp. Braga, enleado pela dinâmica leonina, começou a recuar para a sua área. Foi já com ascendente da equipa de Rúben Amorim que surgiu o 1-0. Passe perfeito de Matheus Nunes para a desmarcação de Pote, que recebeu de forma exemplar e atirou por entre as pernas de Matheus. O auxiliar ainda invalidou, mas a posição regular do melhor marcador da época passada era inequívoca.
Sem reação, o Sp. Braga apanhou outro susto logo a seguir. Primeiro Sarabia e depois Matheus Reis estiveram perto do segundo. Já nos últimos cinco minutos do primeiro tempo, Pote isolou-se e quase bisou. O único sinal de perigo dos minhotos surgiu por Vitinha que atirou por cima.
No segundo tempo tudo mudou. Abel Ruiz alterou as dinâmicas minhotas que beneficiaram de muitos erros (nada habituais) da defesa leonina.
Os minhotos empataram num penálti convertido por Galeno e o Sporting acusou esse lance. Teve chances para marcar (Paulinho e Pote com várias perdidas), mas o Sp. Braga também as teve. Foi já nos descontos que Gorby (19 anos) não se intimidou e rematou para ser feliz em Alvalade.
Um duro revés para o campeão nacional, que agora vai concentrar as atenções na Taça da Liga.
"O penálti muda o jogo""O penálti muda o jogo, depois disso ficámos intranquilos. Tivemos falhas defensivas que não são normais. Não as podemos ter, somos uma equipa grande. Só queremos ganhar o próximo jogo e melhores fases virão, há que trabalhar e ganhar jogos", afirmou este sábado Rúben Amorim.
Primeira derrota de Amorim em Alvalade em jogos da Liga"O penálti muda o jogo, depois disso ficámos intranquilos. Tivemos falhas defensivas que não são normais. Não as podemos ter, somos uma equipa grande. Só queremos ganhar o próximo jogo e melhores fases virão, há que trabalhar e ganhar jogos", afirmou este sábado Rúben Amorim.
Análise ao jogoPositivo: Reação minhotaDepois da primeira parte muito fraca, o Sp. Braga mudou após o descanso. Carvalhal, que viu o jogo no camarote por castigo, deu ordens para Ruiz entrar e a equipa melhorou. Passou a jogar no meio-campo adversário e teve várias chances. Fez entrar Gorby para controlar o empate e acabou por ser ele a dar o triunfo aos arsenalistas.
Negativo: Intranquilidade no leãoMuitos erros nas saídas de bola no segundo tempo, nada habituais nos defesas leoninos. Gonçalo Inácio teve erros de principiante que prejudicaram. Mas não foi o único. Coates e Adán revelaram desconcentrações que emperraram a dinâmica leonina. No ataque, o leão até teve chances mas a ineficácia imperou em Alvalade.
Arbitragem: VAR corrigeVárias interrupções para assinalar faltas que muitas vezes não existiram. No golo do Sporting, o auxiliar não viu que Pote estava em posição regular por 1,60 metros. O VAR reverteu e validou o 1-0. Depois, no segundo tempo, Hugo Miguel não viu, mas o VAR chamou o árbitro para ver o lance de penálti entre Galeno e Matheus Reis que deu o 1-1.
Análise aos jogadoresSportingPedro Gonçalves - Foi sempre o mais inconformado na procura da vitória. Grande execução no 1-0, a receber com um pé e a rematar com o outro. Voltou a ameaçar aos 41’, 59’ e 90’+2.
Adán – Sem hipóteses nos golos, ia sendo traído por dois atrasos mal medidos.
Gonçalo Inácio – Passes displicentes, inclusive no 2-1. Um dos culpados pela defesa de barro que se viu.
Coates – Exibição manchada pela perda de bola no lance que deu penálti ao Sp. Braga.
Feddal – Não parece o mesmo de outros tempos.
Esgaio – Ganhou os duelos na sua faixa. Boas subidas pelo flanco e centros perigosos.
Palhinha – Cumpre os mínimos, mas não está tão impositivo no meio-campo e a equipa ressente-se disso.
Matheus Nunes – Foi ele a carregar o Sporting para a frente. Fantástica assistência para o golo de Pote.
Matheus Reis – Cometeu penálti e passou o resto do jogo a tentar compensar.
Paulinho – Trabalha que se farta. Mas depois falha golos que parecem fáceis de marcar.
Sarabia – O talento está lá, mas não foi influente.
Tabata – Entrou bem na partida, teve um remate perigoso aos 73 minutos.
Ugarte – Reclama a titularidade. Enorme corte aos 87’.
Jovane – Recuperado de lesão, voltou a jogar quase dois meses depois.
Sp. BragaGorby - Golo monumental. Merece o destaque pela coragem e talento demonstrados no remate que decidiu o jogo. Foi a cereja no topo do bolo para um meio-campo arsenalista que brilhou.
Matheus – Perdeu um duelo com Pote mas ganhou outros dois, com grandes defesas.
Tormena – Foi o mais regular na defesa. Fechou o seu espaço e dobrou os colegas.
Bruno Rodrigues – Nota positiva, mas no limite. Deu espaço quando não devia.
Diogo Leite – Ficou a ver Pote isolar-se no 1-0. Lento e sem sentido tático.
Fabiano – Dificuldades a defender, mas dois passes para golo a atacar.
Al Musrati – Mais um daqueles jogos a justificar porque a sua alcunha é o polvo.
Castro – Influente no meio-campo, que o Sp. Braga passou a dominar na 2ª parte.
Francisco Moura – Muitas dificuldades perante a mobilidade de Pote e as incursões de Esgaio.
Ricardo Horta – Boa jogada com Fabiano aos 66’ que quase dava golo.
Vitinha – Muito sozinho na frente, foi vítima da incapacidade coletiva no 1º tempo.
Galeno – Pouco relevante na manobra ofensiva, competente a marcar o penálti.
Abel Ruiz – Teve uma boa oportunidade aos 56’.
Rodrigo Gomes – Ajudou no assalto final.
André Horta – Regular.