Europa tem vários desafios à sua frente e todos têm algo em comum: nenhum destes desafios pode ser enfrentado a nível nacional, sejam eles as mudanças climáticas, cibersegurança, inteligência artificial ou a luta contra o cancro.
Aquilo que aprendi como Comissário Europeu foi exatamente isso. Viajei pelos vários países europeus e visitei as melhores universidades e empresas e falei com aqueles que hoje estão na fronteira da ciência e todos sempre concordaram que os países sozinhos valem muito pouco. A poluição não pára nas fronteiras, as leis nacionais não param os ataques informáticos, nenhum país pode liderar na corrida à inteligência artificial ou na luta contra o cancro.
Um país como a Alemanha parece grande, mas não representa mais de 1% das população do mundo. Ou seja, é diminuto na cena mundial. Estes são factos que parecem claros e límpidos, mas infelizmente não chegam a toda a população.
Os populistas de esquerda e de direita sonham com um passado grandioso (mas que verdadeiramente nunca existiu) e culpam a globalização e a tecnologia da mesma forma que os ‘luditas’ durante a revolução industrial culpavam os teares mecânicos. Isto é, através das nossas emoções.
O problema não é a globalização que historicamente retirou milhões e milhões de pessoas da pobreza (mais de mil milhões na Ásia). O problema foi uma globalização sem regras que criou desigualdades no mundo ocidental. Mas se queremos resolver o problema só poderemos fazê-lo a nível supranacional. Se queremos garantir que os países têm regras justas no mercado de trabalho ou na defesa do ambiente só o poderemos fazer em conjunto.
PERFIL
Carlos Moedas nasceu em Beja, em 1970. É licenciado em Engenharia Civil. Iniciou a carreira no grupo Suez, em França, trabalhou vários anos em Londres e criou a sua própria empresa em Portugal. Em 2014 tornou-se o quinto português a exercer as funções de comissário europeu, tendo gerido o maior programa de ciência do mundo (80 mil milhões de euros). É hoje administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian.
DEPOIMENTOS
Diogo ferreira 24 anos, empregado de mesa, Leiria
"Interessam-me especialmente os temas ligados ao desporto e o CM é o jornal mais fácil de encontrar nos cafés do País, e é por isso que habitualmente o procuro. De resto, lê-lo é uma forma de nos mantermos a par dos assuntos mais marcantes do dia a dia, para além da cobertura que já é feita através da televisão, pela CMTV, de temas nacionais e internacionais."
Filipe Almeida 40 anos, empresário, Espinho
"É uma leitura diária que eu não dispenso. O Correio da Manhã é uma publicação que eu considero abrangente, já que dá tratamento aos mais variados temas e que na primeira página tem sempre manchetes apelativas em destaque. Na minha opinião, é um jornal de referência, no sentido em que nos garante a informação necessária e não é por acaso que é o líder de vendas no panorama nacional."
Isabel Costa 70 anos, reformada, Espinho
"Gosto de ler as notícias, só de futebol é que não, mas de resto leio tudo. E o Correio da Manhã é, por isso, uma companhia diária, só não leio se não puder mesmo. Aliás, até sou eu que levo, todos os dias, o Correio da Manhã para o café Gruta da Lomba, que é da minha filha, porque os clientes também gostam do ler o jornal e até reclamam se não o tiverem."