"Nós queremos continuar esta resposta às pessoas em situação sem-abrigo. Queremos alargar o projeto de 'Housing First' para poder contemplar um maior número de pessoas que precisam e ter este equipamento de acolhimento que é fundamental", disse a candidata do Bloco, frisando que pretende continuar o projeto de resposta iniciado neste mandato.
Beatriz Gomes Dias falava aos jornalistas no final de uma visita ao antigo quartel da GNR no Largo do Cabeço da Bola, Anjos, na freguesia de Arroios, convertido pela Câmara Municipal de Lisboa num centro de acolhimento para pessoas em situação sem-abrigo, que abriu na semana passada.
A candidata reconheceu que o Bloco de Esquerda "mudou o paradigma de resposta às pessoas em situação sem-abrigo", lembrando que o modelo resultou porque o BE tinha um acordo com o PS na autarquia e era responsável pela pasta dos direitos sociais.
"É uma área de intervenção que queremos continuar no próximo mandato", assegurou a candidata que, durante a visita, esteve acompanhada pelo vereador dos Direitos Sociais e Educação, Manuel Grilo, pela candidata à Assembleia Municipal, Isabel Pires, e pela candidata à junta de freguesia de Arroios, Joana Teixeira.
A unidade de Santa Bárbara tem capacidade para 124 pessoas em situação sem-abrigo, acolhendo neste momento 14, estando mais três para entrar brevemente, de acordo com informação avançada por Adiana Silva, da associação Vitae.
De acordo com Beatriz Gomes Dias, os utentes encontravam-se na zona de Arroios, Regueirão dos Anjos e junto à igreja dos Anjos, muito próximas do equipamento de alimentação da Santa Casa da Misericórdia.
"Estas duas associações, a Vitae e a Ares de Pinhal, dão resposta à empregabilidade e acolhimento, mais a resposta técnica na parte do consumo que permite aproximar as pessoas aos serviços de saúde", explicou a candidata.
Beatriz Gomes Dias salientou também o facto de ser "empolgante" esta resposta ser "integrada com várias dimensões que se entrecruzam e é ajustada às necessidades das pessoas".
O antigo quartel já pouco tem de visível da vida militar, há agora camaratas masculinas e femininas e uma camarata para casais. É permitida a presença de animais de companhia e cada utente tem um armário e uma mesa de cabeceira onde pode guardar os seus pertences.
Um pouco por todas as paredes estão espalhados quadros, há um mural que está a ser pintado por uma utente -- irá ser uma árvore cuja copa será composta por palavras motivacionais -- e a biblioteca vai ter estantes construídas pelos próprios utentes na carpintaria que irá surgir no espaço.
Uma das valências do centro é o espaço dedicado às pessoas com comportamentos aditivos e dependências, sejam drogas ou álcool, "sem juízos de valor". Aqui o objetivo, de acordo com a técnica do espaço, "é oferecer um projeto alternativo, substituir o álcool por medicação" como o que foi feito no pavilhão do Casal Vistoso, durante a pandemia de covid-19.
Há ainda no espaço uma lavandaria, uma cantina, sala de jogos e um cantinho de emprego, no qual os técnicos ajudam os utentes a entrar no mercado de trabalho.
Na corrida à presidência da autarquia estão, além de Beatriz Gomes Dias, o atual presidente do município, Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt Portugal), Ossanda Líber (Movimento Somos Todos Lisboa), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!), Bruno Fialho (PDR) e João Patrocínio (Ergue-te).
As eleições autárquicas realizam-se no domingo.
RCP // VAM
Lusa/fim