Os líderes dos partidos com assento parlamentar (PS, PSD, PCP, BE, CDS-PP, PAN, IL, Chega e Livre), defrontaram-se esta segunda-feira num debate a nove. O frente-a-frente com todos os candidatos às legislativas marcou o final da ronda de debates televisivos antes das eleições legislativas, marcadas para 30 de janeiro.
No debate, as várias forças políticas focaram-se nas propostas e nos programas eleitorais que apresentam e deixaram à vista o que divide, da esquerda à direita, cada partido - e que eventuais 'linhas vemelhas' podem comprometer um possível acordo de governação.
António Costa cansa-se de "levar pancada" e responde às críticas apontadas à gestão do SNS. "Apesar da pandemia tivemos mais 2200 cirurgias do que em 2019, mais 3 milhões de consultas. Como? Porque repusemos tudo o que a direita tinha cortado no orçamento do SNS," e referiu sucessivos reforços feitos ao longo do combate à pandemia. "Temos mais 28 mil profissionais", reforçou.
O CDS referiu a "diferença abismal" que o separa do PS: "não coloca ideologia à frente das questões da saúde". Francisco Rodrigues dos Santos defende a ‘via verde’ de saúde, em cirurgias, consu.ltas e exames. E ainda, na educação, quera criação de um subsídio deslocação para todos os professores
O PCP apontou "o desmantelamento do SNS", com João ferreira a alertar para a necessidade de " valorização dos serviços públicos, que no SNS é questão critica". "É preciso contratar profissionais e garantir a valorização das suas carreiras", resumiu.
O IL defendeu uma restruturação so SNS, que está "condenado, se nada for feito". "Os problemas só vão piorar", disse Cotrim Figueiredo, apontando aplicação de modelos mistos de saúde, como o alemão.
"Portugal não tem problema de falta de médicos, os que formamos é não entram no SNS, os concursos ficam vazios", apontou a bloquista Catarina Martins. Concretizar a dedicação exclusiva é apontada pelo BE como uma solução, que permite "melhor cuidado para o utente e maior remuneração".
Ventura denunciou "mais de meio milhão de cirurgias" que ficaram por fazer e arrasou o BE, por agora criticar a direita, mas ter aprovado anteriores orçamentos do PS.
Já o PAN, começou por continuar a defender o investimento no SNS, mas 'fintou' a pergunta e destacou a necessidade de apostar "na saúde preventiva, na saúde mental", assim como rejeitou quaisquer opções de governo que "voltem a apoiar atividades como a tauromaquia".
O Livre referiu a necessidade de reforçar o combate à fuga aos impostos e aos paraísos fiscais, assim como a redução do IVA da energia.
O PCP apelou à responsabilidade para gerir fundos europoeus no investimento nacional, ao combate à fraude e ao fim dos contratos milionários com as PPP. "Precisamos de politica económica e social que aponte prespetivas de desenvolvimento do pais para o futuro", sublinhou João Jerreira apontando o principal ponto: a "súbida do salário, e não apenas o saçário mínimo".
O CDS denunciou um "aumento brutal da carga fiscal, da dívida publica, e redução do rendimento disponível das famílias e aumento da pobreza". Francisco Rodrigues dos Santos arrasou a visão do "País das Maravilhas" da geringonça onde "trabalhar já não compensa", há "overdose de impostos" e "famílias sufocadas por taxas".
O PSD reforçou que propõe um SNS "tendencialemnte gratuito" mas voltou a sublinhar a necessidade de acordos com os privados. "Não pode ser mais do mesmo, a capacidade de resposta. Devo negociar com os privados de uma froma qum que ganham eles, no negócio, e ganha o Estado. Depois do período provisório temos que exigir que o público cumpra", explicou sobre as medidas no programa do partido de Rui Rio.
Já Rio, pegou no mote da bloquista para sublinhar que é necessário descer a a carga fiscal. "É preciso descer escalões de IRS, descer IVA da eletricidade, IRC, IMI,... Só podemos baixar o que o orçamento permite. O contrário do que a esquerda tem feito", apontou defendendo que a solução passa "pela racionalização da despesa pública".
António Costa fugiu à pergunta sobre o desaceleramento do crrescimento da economia nos últimos anos, que permitiu a 'ultrapassagem' de outros países da Europa. "A economia cresceu sete vezes mais do que nos últimos 15 anos. Assentou no aumento do investimento privado. Foram20 mil milhões de euros no investimento nas empresas", apontou, com promessa de a "redução do IRS acelerar e não apenas mudar os escalões".
Contrim Figueiredo denunciou a fuga à questão e justificou que o país ter sido ultrapassado no crescimento económico por 10 países. A solução, segundo o IL era baixar IRS e apelou à consulta da poupança no IRS segundo a proposta do partido.
O PAN pediu o fim dos estágios precários o desdobramento de escalões de IRS e mudanças nas taxas, assim como a descida do IRC e a reposição de 25 dias de férias.
O Chega apelou à necessidade de baixar a "carga fiscal mais alta da historia". "São às pessoas, às empresas a quem temos que baixar impostos. Temos que combater as alterações climáticas mas não é a carregar nos bolsos", defendeu Ventura.
André Ventura, do Chega, diz que o partido "quer contribuir para a alertantiva ao PS" e que um noto no partido" tem o mesmo peso que em qualquer um dos outros". Confiante, o presidente do Chega apnta a um total de 20 deputados eleitos. "É um objetivo, traçou".
Cotrim Figueiredo, do Iniciativa Liberal, atacou Costa. "Ainda não percebemos para que quer o voto dos portugueses. Não diz a política de alianças", apontou, criticando a apresentação do mesmo orçamento. "Não vejo maneira de ser aprovado", adiantou.
Rui Tavares, do Livre, voltou à carga com a 'ecogeringonça' e afatou o "jogo de sombras chinesas". "Seremos parte da solução, no caso de uma marioria à esquerda, ou da oposição, no caso de uma maioria direita. "Temos que criar espaço negocial para viabilizar um orçamento", disse, piscondo o olho ao PS.
Francisco Rodrigues dos Santos, do CDS-PP, afirmou que "o voto só é útil para quem o recebe", e garantiu que a escolha do partido "é voto certo para quem quer maioria de direita no parlamento". Noentanto 'Chicão assegurou que não faz nem tolera "arraninhos à esquerda"
Já Inês Sousa Real, do PAN, defendeu que "uma maioria absoluta ou bloco central não serve o país"
A porta-voz diz que o partido "tem consciência que jamais viabilizará um solução de governo que traga retrocessos nas questões dos direitos dos animais, e retrocessos civilizacionais", exemplificando com a tauromaquia.
João Oliveira, do PCP, sublinhou que o voto no partido "é útil", justificando que é "força de convergência política de esquerda",
"Não temos ideia de autosuficiência", garantiu o comunista.
Já António Costa recordou que "a melhor solução é a continuação da Geringonça", lamentando que o BE "já respondeu que não o ano passado" ao apelo de entendimento à esquerda.
" A alternativa é andarmos de crise em crise, governos de dois em dois anos", disse, admitindo que, se perder as eleições, "isso é voto de desconfiança dos portugueses e nesse dia demito-me, e o PS retomará o seu preocesso"
"O que me bato é que é para ganhar estas eleições", siblinha, admitindo "dialogar com todos os partidos da AR".
Já Rui Rio diz que uma "maioria absoluta estável do PSD tem o mesmo efeito". Admitindo que nenhum dos dois vai ter maioria absoluta, deixou em aberto negociações com outros partidos: "Para o país não andar em sucessivas eleições tenho que ter espírito democrático. Se não ganhar tenho que ter disponibilidade para governar. Mas quero o contrário também, quero que outros tenham disponibilidade para negociar", disse afastanto "o que é impossível pôr em cima da mesa".
Rio diz que não sai do partido no dia na noite eleitoral no caso de derrota porque é "teatral" e não é " ao estilo" do presidente do PSD.