Filipe Gaivão, de 57 anos, partiu esta quarta-feira de Bruxelas rumo a Lisboa, numa viagem solitária de bicicleta que visa "dar maior visibilidade às pessoas que sofrem de esclerose múltipla", e fez esta sexta-feira 155 quilómetros até Paris, onde destacou o "jantar fantástico" com amigos.
"Tive um jantar fantástico em casa do meu amigo Yves Gallet e de sua mulher, Mafalda, que não só me receberam principescamente como ainda convidaram os meus amigos Fenouil e Puce Morellet. Um jantar onde não faltou nada. Das iguarias portuguesas aos queijos franceses, mas sem esquecer um magnífico Champagne e um divinal Margaux. O único senão é que não descansei o suficiente e hoje com pequenas alterações de percurso acabei por fazer 155 km", começou por dizer Gaivão.
"Tinham-me sugerido a estrada que os soldados americanos usaram a caminho da libertação de Paris após o desembarque da Normandia, mas por ser uma estrada muito movimentada e mais perigosa optei por estradas florestais, agrícolas e ciclovias. Confesso que até agora foi a paisagem mais incrível que vi em França. Desde bosques onde só faltava aparecer o Obélix e o Astérix a correr atrás dos romanos, a terrenos agrícolas de cores incríveis e quase sempre numa calma absoluta que ajuda a pensar no que ando por aqui a fazer. E não há palavras para descrever a Catedral de Chartres. A voltar com mais tempo", revelou, não esquecendo os emigrantes portugueses.
"Desde que atravessei Paris, o contacto com os emigrantes portugueses tem sido uma constante com apitadelas, grupos de força e paragens para dar um abraço. Estes são sem duvidas momentos muito especiais e que nunca esquecerei. O único problema físico desta viagem foi o começar a ficar assado nas pernas ao roçar no banco, mas já comecei a resolver com o milagroso Halibut. Agora vou descansar, jantar qualquer coisa e voltar a descansar que amanhã há mais e tenho de recuperar bem", concluiu.