O ataque ocorreu por volta das 23:00 (22:00 em Lisboa) de segunda-feira e o grupo terá efetuado vários disparos contra as instalações da secretaria local, disse à comunicação social Américo Nfumane, chefe da localidade de Samoa.
"Não sabemos quem são. Quando ouvimos os tiroteios, começamos a fazer contactos para reforçarmos a vigilância", declarou Américo Nfumane, acrescentando que não houve feridos, pois não estava ninguém nas instalações.
Segundo a fonte, depois de disparar contra a secretaria da localidade, o grupo terá deixado uma carta de quatro páginas na porta das instalações, contestando a liderança do presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, e "manchando" o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi.
"A carta falava de Ossufo Momade e manchava também no nosso Presidente da República [Filipe Nyusi], dizendo que a Frelimo deve tirar este presidente", afirmou o chefe da localidade, sem avançar mais detalhes sobre o conteúdo da suposta carta.
Este é o segundo ataque armado no posto administrativo de Caphirizange neste mês.
O primeiro ocorreu em 10 de abril, quando um grupo armado desconhecido disparou vários tiros contra o posto policial de Caphirizange e posteriormente se colocou em fuga.
A Lusa tentou, sem sucessos, contactar a polícia moçambicana naquela província do Centro de Moçambique.
Desde a assinatura do acordo de paz em agosto de 2019, a liderança do principal partido de oposição (Renamo) tem sofrido fortes críticas da autoproclamada Junta Militar da Renamo, um grupo dissidente acusado de protagonizar ataques armados que já provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas.
O grupo é liderada por Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha da Renamo, e contesta a liderança do partido e as condições para a desmobilização decorrentes do acordo de paz.