Segundo a nota, o chefe de Estado deverá regressar ainda esta quarta-feira à Guiné-Bissau. A imprensa guineense refere que durante a sua estada em Conacri, Umaro Sissoco Embaló deverá reunir-se com o Presidente de transição, o coronel Mamadi Doumbouya.
A 05 de setembro, uma junta militar liderada pelo coronel Mamadi Doumbouya derrubou o presidente Alpha Condé, de 83 anos, que se mantém detido desde então, dissolveu o parlamento e os poderes civis eleitos, tendo ainda suspendido a Constituição.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiu, após uma cimeira extraordinária, suspender a Guiné-Conacri de todas as instituições da organização na sequência do golpe que afastou o Presidente Alpha Condé e exige a sua libertação.
O Presidente Alpha Condé tem recusado assinar a renúncia ao cargo, segundo fontes em Conacri.
Umaro Sissoco Embaló já tinha admitido, em setembro, a disponibilidade pessoal para conversar com os autores do golpe em Conacri.
"A Guiné-Bissau tem experiência e sabe qual é consequência de um golpe de Estado. Aconteceu aqui várias vezes, mas hoje em dia esse ciclo fechou o que permitiu que o Presidente José Mário Vaz tenha completado os cinco anos do seu mandato", enfatizou, na altura, Embaló.
O Presidente guineense, que condenou o golpe militar na Guiné-Conacri, disse ser contra as alterações à Constituição, mas também afirmou serem "comportamentos anormais" que um dirigente "com 90 ou 100 anos'' fique no poder como Presidente da República.
Para Umaro Sissoco Embalo, a idade máxima no cargo de um Presidente da República deve ser 65 anos, sair para a reforma, dar oportunidade aos mais novos, sem pensar num terceiro mandato.
"Eu e o Presidente Alpha não somos amigos, nem quero ser amigo dele e nem ele quer ser meu amigo, mas fomos homólogos. Condeno o golpe de Estado porque não sou subversivo, portanto não pactuo com aqueles que fazem um golpe", observou Embalo, salientando que é a favor da libertação do Presidente derrubado.