O escritor Salman Rushdie, de 75 anos, foi sexta-feira atacado no palco de um evento em Nova Iorque, quando se preparava para fazer uma intervenção sobre autores exilados e liberdade de expressão. O autor da agressão é um jovem de 24 anos, Hadi Matar, de New Jersey, informaram as autoridades policiais. O britânico, de origem muçulmana indiana e alvo de ameaças de morte por causa da sua obra, estava prestes a discursar, quando Matar irrompeu pelo palco do Instituto Chautauqua e esfaqueou-o entre 10 e 15 vezes.
O escritor foi inicialmente socorrido por um médico que estava na plateia. Foi depois transportado para o hospital num helicóptero. Depois de ter sido sujeito a uma longa operação, as últimas informações avançadas pelo agente do escritor dão conta de que Rushdie está ligado a um ventilador. "Salman deverá perder um olho; os nervos do braço foram cortados; e o fígado foi esfaqueado e está danificado", revelou ainda Andrew Wylie.
O escritor de 75 anos tem a cabeça a prémio, no valor de cerca de três milhões de euros, desde que escreveu a obra ‘Os Versículos Satânicos’, em 1989. O livro foi banido no Irão e o aiatola Khomeini chegou mesmo a emitir uma fatwa, pedindo a morte do escritor. O líder religioso justificou a decisão extrema por entender que a sua obra era um insulto ao Islão e ao profeta Maomé. Desde então, ou seja há 33 anos, Rushdie vive na clandestinidade, e muda regularmente de país.
O agressor do escritor britânico, Hadi Matar, ainda está sob custódia, indicou na sexta-feira a polícia do estado norte-americano de Nova Iorque. Hadi foi imobilizado de imediato pelas pessoas que se encontravam no local, tendo sido depois entregue às autoridades.
No dia 17 de setembro, Rushdie tem uma visita programada a Portugal, na Livraria Lello, no Porto.