O governador Ron DeSantis disse que o conselho de administração do estado acrescentou a Unilever, sediada em Londres (Inglaterra), à sua lista de "empresas escrutinadas" que boicotam Israel.
"Por uma questão de lei e de princípio, o estado da Florida não vai tolerar nenhuma discriminação contra o estado de Israel ou o seu povo israelita. Não vou ficar de braços cruzados enquanto ideólogos corporativos procuram boicotar e desfazer-se da nossa aliada Israel", disse o governador republicano, numa declaração à imprensa.
A posição de Ron DeSantis significa que a Florida não vai investir ou contratar a Unilever ou as suas subsidiárias, se a posição da Ben & Jerry's contra Israel não for revertida em 90 dias.
Em julho, a Ben & Jerry's anunciou que, a partir de janeiro de 2023, não vai permitir que os gelados sejam comercializados em territórios palestinos ocupados, mas vai poder continuar a vendê-los dentro das fronteiras de Israel, anteriores a 1967.
Os fundadores da empresa, Bennett Cohen e Jerry Greefiel, disseram recentemente num artigo de opinião no jornal The New York Times que já não controlam mais a empresa, mas aprovam a medida contra Israel, como reflexo dos seus valores progressistas.
"Nós também somos judeus orgulhosos. É parte de quem somos e como nos identificamos na nossa vida. À medida que a nossa empresa começou a expandir-se internacionalmente, Israel foi um dos nossos primeiros mercados. Éramos então, e ainda continuamos, apoiantes do Estado de Israel. É possível apoiar Israel e opormo-nos a algumas questões políticas, assim como o fazemos ao governo dos EUA", declararam.
As 400 marcas da Unilever incluem uma vasta variedade de bens de consumo familiar, como os produtos de higiene pessoal Dove, o chá Lipton, a maionese Hellmann's, o sabonete Sunlight e os gelados da Ben & Jerry's.
O diretor executivo da Unilever, Alan Jope, disse na semana passada que a empresa está "totalmente comprometida" em fazer negócios com Israel, apesar da decisão da Ben & Jerry's.
Num mail enviado à agência de notícias AP, a Unilever explicou que emprega mais de duas mil pessoas em Israel e que a empresa "rejeita completamente e repudia de forma inequívoca qualquer forma de discriminação ou intolerância".
"O antissemitismo não lugar em nenhuma sociedade", realçou a empresa, acrescentando que a Ben & Jerry's vai continuar a vender gelados em outras zonas de Israel "através de um acordo comercial diferente".