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Correio da Manhã

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Família sobrevive após 34 horas soterrada

O ajudante de pedreiro, a mulher e as duas filhas foram vistos através de um pequeno buraco feito pelos bombeiros entre as toneladas de escombros do prédio.
20 de Julho de 2014 às 17:29
Cidade de Aracaju, no Brasil
Cidade de Aracaju, no Brasil FOTO: Ruy Barbosa Pinto / Getty Images

A família de quatro pessoas soterrada ao início da madrugada de sábado, depois do desabamento de um edifício de quatro andares na cidade brasileira de Aracaju, no nordeste do Brasil, foi resgatada com vida este domingo pelos bombeiros. O resgate de pai, mãe e duas filhas ocorreu ao início da tarde, mais de 34 horas depois do colapso do edifício os ter deixado sob toneladas de escombros.

O ajudante de pedreiro, a mulher dele e as duas filhas - uma de seis anos e a outra de seis meses - foram avistados através de um pequeno buraco feito pelos bombeiros, por volta das 8h45 deste domingo (12h45 em Lisboa), entre as toneladas de escombros do prédio, que estava em fase final de construção. Pouco depois do meio-dia local, todos foram retirados pelos bombeiros.

Através do estreito buraco feito inicialmente pelos bombeiros, a família já tinha recebido água e minerais, para hidratação e fortalecimento do corpo. O pequeno túnel pelo qual foi possível avistar a família, o terceiro escavado pelos bombeiros em redor do local indicado na manhã de sábado pelos cães pisteiros, foi depois alargado até permitir o acesso das equipas de socorro e a saída das macas com os sobreviventes.

Uma grossa viga ficou atravessada e segurou toneladas de pedra e metal no pequeno espaço em que os quatro membros da família se encontravam, criando uma espécie de cápsula de sobrevivência onde a família permaneceu a salvo, mas sob constante risco de que tudo desmoronasse sobre eles.

Para evitar o desmoronamento, todo o trabalho de remoção dos escombros do prédio teve que ser feito manualmente pelos bombeiros, num trabalho penoso e lento, para não provocar trepidações ocasionadas pelas máquinas. As equipas de socorro perceberam que haviam sobreviventes ainda na manhã de sábado, quando, numa acção de rotina, perguntaram aos gritos se havia alguém vivo lá em baixo e, se houvesse, que batesse nas pedras em redor, indicação que os sobreviventes seguiram.

O prédio localizava-se na Rua Poeta José Sales Campos, no bairro Coroa do Meio, perto da Orla Atalaia, um dos pontos mais nobres da cidade. De acordo com a Câmara Municipal local, a obra estava perfeitamente legal e para os apartamentos começarem a ser alugados faltava apenas terminar o revestimento da fachada, não se sabendo ainda o que provocou o desabamento.

O ajudante de pedreiro era um dos que ainda trabalhavam na obra e estava autorizado pelo segurança a passar a noite no prédio com a mulher e as filhas. Foi o vigia, que se tinha ausentado por uns minutos para tomar um café, que alertou os bombeiros, mas nunca se imaginou que todos ainda estivessem vivos.

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