O vice-líder e cofundador do movimento talibã, Mullah Abdul Ghani Baradar, está de regresso ao Afeganistão e foi recebido como um herói após 20 anos de exílio e da chegada ao poder dos insurgentes.
Com a retirada norte-americana do Afeganistão, Baradar viu a porta aberta para o regresso ao país. O cofundador do movimento controlava o gabinete político do grupo a partir do Qatar. "Uma delegação de alto nível liderada por Baradar saiu do Qatar e chegou ao nosso amado país esta tarde, aterraram no aeroporto de Kandahar", escreveu no Twitter Mohamad Naeem, um dos porta-voz do movimento.
Baradar regressa ao Afeganistão pela primeira vez desde a expulsão levada a cabo pelos Estados Unidos, na sequência dos ataques do 11 de setembro de 2001.
Em 2010, o 'vice' dos talibã foi preso no Paquistão pelas forças de segurança do país e viria a ser libertado em 2018, quando os Estados Unidos intensificaram esforços para abandonar o Afeganistão.
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a negociar com Baradar e falaram mesmo ao telefone depois dos Estados Unidos e os talibã assinarem um acordo histórico no Qatar em março de 2020, que viria a culminar na retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão.
Na altura, Donald Trump referiu que a relação com Baradar era "muito boa". "Eles querem acabar com a violência", acrescentou na altura Trump. Em julho, Baradar chegou a encontrar-se com o ministro das Relações Exteriores da China.