No segundo e último dia de visita à Lituânia (esta segunda-feira estará na Letónia e na terça-feira na Estónia), o Papa alertou para os perigos das tentações totalitaristas que se verificam na Europa e apelou aos líderes do velho continente para que não esqueçam a História e recordem sempre os dramas do século XX como exemplo de que o "mal procura sempre aniquilar o bem".
"Façamos memória daqueles tempos e peçamos ao Senhor que nos conceda o dom do discernimento para descobrir, a tempo, qualquer novo germe daquele comportamento pernicioso, qualquer aragem que atrofie o coração das gerações que, não o tendo experimentado, poderiam correr atrás daqueles cantos de sereia", disse, no final da missa a que presidiu, perante cerca de 100 mil pessoas, na cidade de Kaunas.
O dia terminou com uma oração no Museu da Ocupação e Lutas pela Liberdade, antiga sede da Gestapo e do KGB, em Vilnius, evocando as vítimas de repressões e perseguições do século XX. "Senhor, não permitais que sejamos surdos ao grito de todos aqueles que hoje continuam a erguer a voz para o céu", disse Francisco, durante a visita. A passagem pelos memoriais às vítimas da ocupação e lutas pela liberdade, e das vítimas do gueto, durante o Holocausto, foram os momentos mais simbólicos da visita do Papa ao país.