A "vítima e sobrevivente" Cris Carrascalão criticou esta sexta-feira a atribuição de uma das principais condecorações da Indonésia a Eurico Guterres, líder de uma das milícias responsáveis pela onda de terror em Timor-Leste em 1999.
"Enquanto vítima e sobrevivente do reinado de terror no final do domínio indonésio da minha pequena ilha, estou chocada e enojada pela sua decisão de honrar essa pessoa nos anos finais da sua Presidência, que deu muitas esperanças de mudança", escreve Cris Carrascalão, filha do histórico dirigente da resistência Manuel Carrascalão, numa carta aberta ao Presidente da Indonésia.
Em causa está o anúncio feito pelo Palácio Presidencial indonésio relativo à atribuição da Bintang Jasa Utama, a Medalha de Serviço e uma das principais honras conferidas pelo Estado indonésio a Eurico Guterres, ex-comandante da milícia Aitarak, uma das responsáveis por mortes e violência nos meses antes do referendo da independência de Timor-Leste.