Donald Trump recusou esta quinta-feira a decisão da Comissão de Debates de realizar por videoconferência o próximo frente a frente televisivo com Joe Biden, que está marcado para dia 15 em Miami, de forma a diminuir o risco de contágio por Covid-19. "Julgo que já não estou contagioso", afirmou o presidente sem apresentar qualquer prova médica.
"Não vou perder o meu tempo com um debate virtual, um debate não é isso. Estamos atrás de um computador... é ridículo e podem cortar-nos o microfone quando quiserem", afirmou Trump, depois de a Comissão ter anunciado que o próximo debate seria realizado de forma remota, com os dois candidatos a responderem às perguntas do moderador e do público a partir de casa. A Comissão explicou que se tratava de uma precaução devido à possibilidade de Trump ainda se encontrar contagioso no dia do debate. Porém, e face à recusa do presidente, os republicanos propuseram adiar o debate para dia 22, a data prevista para o terceiro e último debate, o qual seria, por sua vez, adiado para 29.
Entretanto, o presidente gravou um vídeo a dizer que o seu diagnóstico positivo à Covid-19 "foi uma bênção de Deus" e atribuiu a sua recuperação ao cocktail experimental de antivirais desenvolvido pela Regeneron, que prometeu disponibilizar de forma gratuita a todos os americanos.
Pandemia e mosca dominam frente a frente cordial entre ‘vices’O republicano Mike Pence e a democrata Kamala Harris protagonizaram quarta-feira um debate cordial, com poucos gritos e interrupções, num vivo contraste com o frente a frente caótico da semana passada entre Donald Trump e Joe Biden. A pandemia foi o tema central, com Harris a acusar Trump pelo "maior falhanço de liderança da História", enquanto Pence acusou a democrata de minar a confiança do público numa futura vacina. Nas redes sociais, no entanto, a estrela do debate foi a mosca que pousou na cabeça de Pence durante mais de dois minutos.