Inês de Sousa Real é líder de um partido que ganhou dimensão acrescida no final da geringonça. A relevância dos deputados do PAN poderá vir a crescer, caso se confirme um dos cenários de governabilidade nas eleições de janeiro, cenário em que ao PS bastaria um pequeno número de assentos no novo Parlamento.
Tudo isto equivale a dizer que cheira a poder no PAN. Quando cheira a poder, urge fazer o necessário escrutínio. Uma coisa é ser um partido de protesto antitouradas. Outra é arcar com a responsabilidade de governar.
Às desconfianças de que Inês de Sousa Real diz uma coisa sobre a agricultura e faz outra, juntam-se agora outras dúvidas mais graves, sobre atuações irregulares. Inês de Sousa Real só tem uma saída: explicar tudo muito bem. Caso contrário, dificilmente conseguirá ver-se livre do escândalo dos frutos vermelhos.