Aos poucos nota-se uma mudança no estado de espírito global sobre a inflação.
Os primeiros sinais de tensões inflacionistas foram atribuídos à pandemia e à consequente desregulação do comércio mundial.
Nessa fase, a inflação era transitória. Para segundo plano ficava a análise aos efeitos da inundação de dinheiro nos mercados globais provocada pelas medidas de apoio à recuperação, tomadas pelos principais bancos centrais, e que na verdade já vinham de trás.
Agora, a análise americana mudou. A inflação é persistente, diz a principal autoridade monetária, e os juros vão ter de subir.
Para Portugal, a subida dos juros pode significar que o diabo está mesmo a caminho. Talvez não vá a tempo de influenciar o debate eleitoral, mas seria bom que começássemos a perguntar o que pretendem fazer os partidos políticos perante o regresso do fantasma da dívida.