A verbalização do sonho de maioria absoluta muito antes do tempo devido na campanha deitou a perder o que restava da paciência de uma parte do eleitorado para com o PS.
Portugueses que sabem perfeitamente que o Governo de Costa era profundamente incompetente, mas que olhava para o líder socialista como a única chance de estabilidade. Ao olhar para o lado nas últimas semanas, esse eleitorado flutuante não terá vislumbrado alternativa segura, e isso representa a principal esperança do PS para as eleições de domingo.
Costa pode transformar-se no voto do mal menor, já que a porta da direita moderada dificilmente se abrirá ao Chega. É neste equilíbrio precário entre a vontade de julgar o fraco Governo socialista e o medo da instabilidade que se vai jogar o destino da eleição. Os portugueses recuperaram o gosto pela política. Podem querer repetir em breve as emoções do último mês.