Impõe-se registar a nossa frontal oposição ao vilipêndio público da verdade.
Desde sempre, os Juízes são garantes das democracias, como em 1977 sublinhava José Matoso na sua oração de sapiência no V Congresso dos Juízes Portugueses e onde assim saudou os congressistas: "Conseguir que o sistema judicial continue a ser, na medida do possível, o garante da sociedade democrática é aquilo que certamente desejam todos os presentes."
Este paradigma tem sido uma constante em Portugal, não obstante as conhecidas dificuldades que o sistema da Justiça vai enfrentando com notória dignidade. Por isso, foi com invencível perplexidade e indignação que lemos, há dias, as palavras de um ex-dirigente da instituição representativa dos advogados, deste teor: "O oportunismo dos políticos permitiu que os magistrados possam, hoje, fazer tudo o que quiserem em nome da sua irresponsabilidade funcional. Assim aqueles que caem mas malhas da justiça não ficam sob a alçada da lei mas sim totalmente indefesos nas mãos dos juízes e procuradores."
Palavras infundadas e infundamentadas não merecem qualquer comentário, mas impõe-se registar a nossa frontal oposição ao vilipêndio público da verdade e da dignidade daqueles que servem a Justiça.