Há que manter a serenidade e entreajuda dos que trabalham nos tribunais
Numa crónica anterior, escrevi que uma sociedade enferma, padecente de tortuosa crise de valores, não pode nem deve esperar mudanças, na Justiça como noutros campos de atividade primordial, demitindo-se da sua contribuição para tanto.
Os juízes exercem as suas funções com zelo, mas não podem prescindir da contribuição da comunidade para a renovação das mentalidades e avanço nas adversidades.
Vem isto a propósito do colapso do sistema informático Citius, que tantos transtornos tem causado, não só aos que recorrem aos tribunais, como a todos os que com a atividade judicial se relacionam e essencialmente aos profissionais da Justiça, a começar pelos próprios juízes, a quem cabe pronunciar a solução jurídica adequada.
Sem prejuízo do pedido de responsabilidades àqueles que as tiverem, há que manter a desejável serenidade e entreajuda de todos os que nos tribunais trabalham ou com eles se relacionam. Sem ofensas nem críticas gratuitas que em nada contribuem para a solução, mas apenas para o desalento e incrementação do número das dificuldades que já nos atormentam.