O Mediterrâneo transforma-se, estes dias, num verdadeiro mar de morte: migrantes resgatados todos os dias em condições desumanas, barcos naufragados e corpos estendidos sobre as ondas ou, como o pequeno Aylan, sobre a areia das praias nas imediações da Europa. Um menino de três anos, inerte e indiferente às ondas, a dar-nos uma lição da humanidade que perdemos. Subitamente, a Europa da paz e da prosperidade, mas também a Europa ameaçada pelo desemprego, pelo terrorismo e pela criminalidade violenta, vê-se a braços com um dilema: acolher ou bloquear; receber ou vedar a entrada na fortaleza Schengen.
Parece-me evidente que não podemos simplesmente fechar os olhos e virar a cara ao drama humano que representam estes fluxos migratórios desesperados. Tão-pouco podemos impor exclusivamente esse ónus aos países voltados para o Mediterrâneo ou aos Estados mais ricos, como a Alemanha. Países como Portugal e Irlanda, por exemplo, não devem esquecer o seu passado recente de emigração e devem acolher o maior número possível de migrantes. Há no entanto um ponto que, mesmo correndo o risco de ser impopular, não posso deixar de frisar: estamos a descuidar em demasia o problema do terrorismo. É evidente que, uma vez concluído pelas redes terroristas que a Europa acolhe, sem hesitações ou monitorização séria, todos os refugiados, aquelas não hesitarão em infiltrar os seus guerrilheiros nesse imenso mar humano, reforçando as bases existentes e até reconstituindo células adormecidas. Até por uma razão óbvia: são estas redes que, muitas vezes, financiam e organizam as desastrosas viagens pelo Mediterrâneo.
Agora somos vulneráveis ao imenso drama humano que se desenrola às nossas portas. E, na verdade, é impossível ser indiferente. Mas podemos bem vir a correr, num futuro próximo, atrás do prejuízo, com o coração e as principais artérias da Europa repletos de guerrilheiros da Jihad. E de comboios e autocarros destroçados, relembrando o Mediterrâneo como um imenso mar de morte.
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