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António Sousa Homem
As árvores do meu pai
Regressava pacificado, cansado – e cheio de apetite.
António Sousa Homem28 de Agosto de 2022 às 00:30
Ocorria muito raramente mas, uma vez por outra, calhava que o velho Doutor Homem, meu pai, tivesse "saudades de árvores", exactamente da mesma forma que, no pico do Outono, lhe ocorria ter indícios de gripe.
Esta sensação era mais ou menos próxima do absurdo porque árvores não lhe faltavam; a dois passos de casa tinha um jardim com árvores vetustas e românticas, contemporâneas dos maus versos de Júlio Dinis e da infância de Ramalho Ortigão;