O número de peregrinos tem vindo a aumentar, sobretudo desde o pontificado de João Paulo II, e o fenómeno também se alarga à juventude. A tendência para mais e maiores peregrinações revela sobretudo uma noção de que a vida cristã é um percurso e que a pior coisa que as pessoas podem fazer é acomodar-se.

Francisco tem alertado para o problema dos ‘jovens de sofá’, que são novos de idade, mas velhos de cabeça e de coração. O Papa é também o reflexo da vitalidade que define a Igreja. Francisco tem 80 anos, mas diz que, se pudesse, ia sempre à rua ter com as pessoas.

E vir a Fátima como "peregrino da luz", "peregrino da paz" e "peregrino da esperança", conforme se anuncia na oração que vai dizer na Capelinha das Aparições, na sexta-feira, é o reforço desse encontro com as pessoas. Francisco consegue contagiar todos com a sua energia, faz com que não se olhe à idade.

Na minha 75ª viagem papal, disse-me que "os cabelos brancos não interessam nada". É desta forma que reforça a sua ligação aos jovens, mantendo o impulso de João Paulo II, com a criação das Jornadas Mundiais da Juventude, e mostra que o essencial da fé não é uma teoria ou um conjunto de regras, mas sim a experiência de um encontro privilegiado com Maria, a Mãe.