Esta semana, a Presidente eleita da Comissão Europeia Ursula von der Leyen anunciou os nomes dos novos 26 Comissários e as pastas pelas quais serão responsáveis. Trata-se de um momento marcante no funcionamento da EU onde se redefinem prioridades políticas e se desenha a nova liderança da Comissão. Esta nova equipa motiva-me quatro reflexões que gostaria de registar aqui.
Em primeiro lugar, destaco a ambiciosa agenda da nova Comissão, que inclui um forte compromisso com o combate às alterações climáticas, uma aposta em temas-chave como as alterações climáticas, demografia, os oceanos, a defesa e o espaço.
Em segundo lugar, a nova Comissão reflete o equilíbrio das forças políticas que resultou das eleições Europeias de Maio. Teremos assim Comissários pertencentes a cinco diferentes famílias políticas. Dado o carácter colegial da Comissão, todos eles terão de procurar atingir consensos nas mais variadas matérias. Esta nova Comissão irá por isso assegurar uma representação pluralista dos cidadãos Europeus.
Em terceiro lugar, destaco a coragem que a presidente teve em atribuir à Comissária responsável pela Ciência e pela Inovação a pasta da Educação. Durante 5 anos tive o privilégio de gerir um programa que pela primeira vez juntava a Ciência à Inovação o que não sucedia antes e que levava a que muito da produção de conhecimento não se transformava em produtos. Mas sempre defendi que faltava um dos vértices do triângulo da produção de conhecimento que era o da Educação. E por isso fico muito feliz de ver pela primeira vez na história da Comissão um responsável único pelas três áreas mais importantes para o nosso futuro Europeu?
Finalmente, trata-se da primeira Comissão paritária em termos de género. A nova Comissão terá 13 mulheres e 14 homens. Mas o caminho para aqui chegar foi lento: a actual Comissão iniciou funções em 2014 com 8 mulheres e 19 homens e em 1985 não existia nenhuma Comissária mulher. A Presidente von der Leyen traçou o grande objectivo de atingir a igualdade de género e conseguiu cumpri-lo. Torna-se assim uma das suas primeiras vitórias políticas a nível Europeu.
A nova equipa estará ainda sujeita ao exigente escrutínio do Parlamento. Mas creio que as mudanças introduzidas pela nova Presidente dão desde já um sinal positivo para o futuro da UE.