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Carlos Moedas

UE: uma história de sucesso

A integração europeia gera um nível de estabilidade que os Estados-Membros nunca atingiram por si só.

Carlos Moedas 17 de Maio de 2019 às 00:30
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) publicou este mês um relatório em que avalia o projecto Europeu em áreas tão diversas como a mobilidade, a energia e a ciência.

Trata-se de um estudo independente que vem confirmar aquilo que tantas vezes aqui já afirmei: a integração Europeia gera um nível de estabilidade e bem-estar que os Estados Membros nunca conseguiriam atingir por si só. Porém, este documento chega a essa conclusão partindo de dois ângulos pouco comuns, mas a meu ver essenciais para perceber o real contributo da UE.

O primeiro é uma análise focada nos valores que orientam a UE e que a distinguem de outras regiões do Mundo. Esses valores traduzem-se numa agenda política consensual centrada no bem estar das pessoas onde 85% dos Europeus apoiam a ideia de uma economia social de mercado em que a protecção social é tão importante como o mercado livre.

Os 10 países do mundo com maior grau de igualdade são todos europeus.

A segunda perspetiva a destacar no relatório é uma análise do impacto da UE no dia-a-dia dos seus cidadãos. Por exemplo, a UE está muito acima da média mundial no respeito pelos direitos fundamentais dos indivíduos.

É também a maior zona de mobilidade educativa no planeta, possibilitando um período de formação no estrangeiro a milhões de jovens. As suas infraestruturas de transporte Europeias estão entre as melhores do Mundo, permitindo um crescimento mais inclusivo para todos os Europeus.

Mas se aos olhos de uma instituição independente como a OCDE a UE é uma conquista tão positiva, porque assistimos a um nível de cepticismo tão elevado entre os Europeus?

Creio que uma das razões se prende com a forma tímida e burocrática como as instituições Europeias comunicam este sucesso. Para dar conta disso, basta que pensemos no modo mobilizador como os EUA comunicam políticas similares às nossas. Por exemplo, um programa que na UE se designa "Quadro Estratégico para a Cooperação na Educação e Formação", chama-se de forma simples e directa nos EUA "Nenhuma Criança Ficará para Trás".

Esta falha de comunicação com os cidadãos permite que outras instituições colham os louros do trabalho e dos investimentos da UE. Por isso, no futuro precisamos de não ter medo de contar a enorme história de sucesso que é a UE por palavras simples.

Trabalhar para inglês ver
Nigel Farage personifica na perfeição aquilo que os partidos extremistas fazem no Parlamento Europeu (PE): nada de útil.

Eleito em 1999, Farage beneficiou durante duas décadas dos fundos públicos pagos aos grupos parlamentares, que usou para levar a cabo o seu objetivo: o Brexit.

Tendo ele logrado com sucesso o seu propósito, a coerência recomendaria que se demitisse. Mas isso seria pedir muito a alguém que pauta o seu comportamento pela demagogia e populismo.

Como qualquer extremista, Farage é adverso a compromissos e acaba por isso sempre isolado e perdedor. No último mandato esteve ausente em 60% das votações importantes e mais de 40% das reuniões plenárias. Farage lidera os últimos lugares nos rankings que avaliam o trabalho e influência dos Deputados.

Recentemente, protagonizou mais um episódio lastimável. Foi ao plenário fazer uma pergunta ao Presidente Juncker e saiu imediatamente sem ouvir a resposta.O número mediático que importava espalhar era a pergunta, não a resposta. É caso para dizer que só está a trabalhar para inglês ver.

Mas não se enganem. Poderia ter escrito o mesmo acerca de Mélenchon, da extrema-esquerda. Porque os extremos tocam-se.

José Manuel Fernandes
A VoteWatch considerou o eurodeputado do PSD como o mais influente desta legislatura no PE. Num trabalho que nem sempre tem a visibilidade merecida, decide a posição do maior grupo político na área do orçamento. Foi crucial para que o meu orçamento da ciência aumentasse todos os anos.

Bolsonaro corta na ciência
O governo brasileiro anunciou cortes orça-mentais na educação e ciência, pondo em causa o funcionamento das universidades. Não deixa de ser grave verificar a ideologia subjacente que reduz as univer-sidades a criadoras de elites. Uma visão errada num país com menos de 8% da população com ensino superior.

20
filmes financiados pelo programa MEDIA que apoia o cinema europeu em destaque no festival de Cannes, seis dos quais como candidatos à Palma de Ouro e os catorze restantes noutras categorias ou competições paralelas. Este programa europeu apoia a criatividade e vai debater em Cannes o impacto do digital neste sector.

Uma Europa que...
avalia positivamente o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, a Agência da UE de luta contra a droga, sedeada em Lisboa. No período de 2013 a 2018, o Observatório foi reconhecido como um centro de excelência científica a nível internacional.
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