O empresário Mário Ferreira está a ser investigado em três processos distintos, ainda que as buscas de ontem se reportem apenas a um.
Nos três inquéritos são investigados indícios de crimes fiscais graves, de branqueamento de capitais, de fraude ao orçamento da União Europeia, entre outros. Independentemente do que venha a ser provado, e respeitando a presunção de inocência de Mário Ferreira, há duas ou três ideias essenciais a reter.
Em primeiro lugar, a Justiça tem de desembrulhar uma história que já leva demasiados capítulos, que foi espalhando um rasto de impunidade quanto à subconcessão da gestão dos estaleiros de Viana do Castelo e ao concurso da venda do navio ‘Atlântida’. Depois, a sua ação tem uma explicação processual lógica e não envolve cabala alguma. Por fim, o Banco de Fomento começa muito mal.
Tinha informação pública mais do que suficiente para evitar que se instalasse a ideia de que os apoios financeiros da bazuca à empresa de Mário Ferreira resultam mais de uma lógica clientelar e menos do cumprimento rigoroso da lei. Com esta falta de transparência, só se avolumam as piores suspeitas sobre a distribuição do PRR.