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Fernanda Cachão

Raríssima teia de interesses

Deslumbrada andava ela, mas também todos eles com ela.

Fernanda Cachão 22 de Dezembro de 2017 às 00:30

Paula Brito e Costa, já constituída arguida, foi durante anos o exemplo que dava jeito ter nas fotografias, nos eventos de solidariedade, nas ocasiões em que se queria mostrar o país que funciona.

Sem tirar crédito à obra, custa acreditar que ninguém tenha dado pelas faturas, pela prepotência, pelo exibicionismo dos gastos, pelas irregularidades da gestão e, sobretudo, que ninguém tenha torcido o nariz face a uma vida mais própria de uma empresa cotada em Bolsa do que de uma IPSS, pelo menos neste país. Deslumbrada andava ela, mas também todos eles com ela.

António Costa já veio dizer que não há nenhum indício de favorecimento político à instituição, mas não deixa de ser paradigmático que a Raríssimas não seja exatamente um caso raro em que o poder de influência de uma pessoa, de uma instituição, atravessa os partidos do arco da governação como se para se poder fazer alguma coisa, se tenha de saber primeiro mover sobre a teia dos interesses. Custa também acreditar que Vieira da Silva tenha passado pela Raríssimas sem nunca se questionar, quando sozinho no seu gabinete, sempre que vindo de uma assembleia geral.

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