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Piloto morre em corrida de motos no Estoril

Fernando Medina

Crescer sustentavelmente

Só na cidade de Lisboa são 80 mil postos de trabalho, direto ou indireto, suavizando os efeitos da crise económica que o país tem atravessado.

Fernando Medina 8 de Fevereiro de 2017 às 00:30
Nove mil milhões de euros e 150 mil postos de trabalho. É este o retrato do impacto do turismo na região de Lisboa. Estamos a falar, para se ter melhor a dimensão da grandeza, de quatro vezes o valor da Autoeuropa ou cinco vezes todo o setor do calçado. Não é uma moda passageira. O crescimento do setor do turismo em Lisboa tem sido sustentado ao longo de uma década, com taxas de 8,5% ao ano, e muito relacionado com um padrão de consumo que veio para ficar. As viagens de avião de baixo custo mudaram o perfil de férias, cada vez mais citadinas e viagens de 3 ou 4 dias. Um crescimento que tem impactos sociais, culturais e urbanos muito positivos, a começar numa cidade mais vibrante, cosmopolita, com maior oferta cultural e até mais segura à noite.

A par do empreendedorismo criativo, que vive um período de grande crescimento e onde Lisboa já é uma das cidades de referência na Europa, o turismo é um dos novos motores da economia local. Só na cidade de Lisboa são 80 mil postos de trabalho, direto ou indireto, suavizando os efeitos da crise económica que o país tem atravessado nos últimos anos. Deve-se muito ao turismo o aumento de receitas na restauração, no comércio local e nos equipamentos culturais. De resto, a valorização do património, como a conclusão do Palácio da Ajuda ou o novo Museu Judaico, mas também o reforço de verbas da higiene urbana é indissociável das receitas do turismo.

Uma dinâmica desta dimensão nunca está isenta de desafios e que são, fundamentalmente, dois: o da sustentação do crescimento e o da qualidade de vida de quem cá vive. Para continuarmos a crescer, precisamos de atrair mais turismo e de mais alto valor, garantindo que quem nos visita permanece mais tempo e gasta mais. Por outro lado, é essencial que esse novo ciclo de crescimento assegure autenticidade de Lisboa e seja compatível com a qualidade de vida dos lisboetas. Isto é essencial também para o próprio desenvolvimento do turismo que assenta o seu valor na autenticidade e identidade da cidade.

Autarquias, governo e parceiros do setor têm de saber gerir o desejável aumento da procura com novos equipamentos, como o anunciado complemento ao aeroporto da Portela, e com políticas ativas de habitação, nomeadamente para a classe média. É disso que estamos a tratar. A tempo e sem andar a correr atrás do prejuízo.

Eleições decisivas  
François Fillon, o candidato da direita conservadora às presidenciais francesas, anunciou esta segunda-feira que não desiste, mas parece seriamente atingido com o caso da contratação de familiares para o seu gabinete parlamentar.

Na véspera da saída do Reino Unido da União Europeia são as eleições em França que mais nos devem preocupar. Há muito que o Reino Unido vivia com um pé dentro, outro fora. A França e a Alemanha são, pelo contrário, os motores do euro e da construção europeia. Uma rutura de um destes Estados com a União significa o fim do projeto europeu. Se na Alemanha tudo se decidirá entre Angela Merkel e Martin Schulz, em França as coisas estão mais complicadas.

A candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, lidera solidamente as sondagens. Está com intenções de voto de dois dígitos em todo o país e claramente à frente na primeira volta, em particular entre a classe trabalhadora e os mais jovens. Esperemos que um dos candidatos progressistas, Macron ou Hamon, possa estar à altura do desafio de derrotar Le Pen numa segunda volta.

Capital Europeia do Desporto
A mês e meio da Meia Maratona de Lisboa já temos mais de vinte mil atletas, incluindo quatro mil estrangeiros, e o melhor elenco feminino de sempre, incluindo a atual campeã olímpica. Lisboa vai encher-se de novo para receber a final da prova.

Mais uma clara demonstração de que merecemos ser a Capital Europeia do Desporto 2021. Inscreva-se!
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