Nove mil milhões de euros e 150 mil postos de trabalho. É este o retrato do impacto do turismo na região de Lisboa. Estamos a falar, para se ter melhor a dimensão da grandeza, de quatro vezes o valor da Autoeuropa ou cinco vezes todo o setor do calçado. Não é uma moda passageira. O crescimento do setor do turismo em Lisboa tem sido sustentado ao longo de uma década, com taxas de 8,5% ao ano, e muito relacionado com um padrão de consumo que veio para ficar. As viagens de avião de baixo custo mudaram o perfil de férias, cada vez mais citadinas e viagens de 3 ou 4 dias. Um crescimento que tem impactos sociais, culturais e urbanos muito positivos, a começar numa cidade mais vibrante, cosmopolita, com maior oferta cultural e até mais segura à noite.
A par do empreendedorismo criativo, que vive um período de grande crescimento e onde Lisboa já é uma das cidades de referência na Europa, o turismo é um dos novos motores da economia local. Só na cidade de Lisboa são 80 mil postos de trabalho, direto ou indireto, suavizando os efeitos da crise económica que o país tem atravessado nos últimos anos. Deve-se muito ao turismo o aumento de receitas na restauração, no comércio local e nos equipamentos culturais. De resto, a valorização do património, como a conclusão do Palácio da Ajuda ou o novo Museu Judaico, mas também o reforço de verbas da higiene urbana é indissociável das receitas do turismo.
Uma dinâmica desta dimensão nunca está isenta de desafios e que são, fundamentalmente, dois: o da sustentação do crescimento e o da qualidade de vida de quem cá vive. Para continuarmos a crescer, precisamos de atrair mais turismo e de mais alto valor, garantindo que quem nos visita permanece mais tempo e gasta mais. Por outro lado, é essencial que esse novo ciclo de crescimento assegure autenticidade de Lisboa e seja compatível com a qualidade de vida dos lisboetas. Isto é essencial também para o próprio desenvolvimento do turismo que assenta o seu valor na autenticidade e identidade da cidade.
Autarquias, governo e parceiros do setor têm de saber gerir o desejável aumento da procura com novos equipamentos, como o anunciado complemento ao aeroporto da Portela, e com políticas ativas de habitação, nomeadamente para a classe média. É disso que estamos a tratar. A tempo e sem andar a correr atrás do prejuízo.
Eleições decisivas
François Fillon, o candidato da direita conservadora às presidenciais francesas, anunciou esta segunda-feira que não desiste, mas parece seriamente atingido com o caso da contratação de familiares para o seu gabinete parlamentar.
Na véspera da saída do Reino Unido da União Europeia são as eleições em França que mais nos devem preocupar. Há muito que o Reino Unido vivia com um pé dentro, outro fora. A França e a Alemanha são, pelo contrário, os motores do euro e da construção europeia. Uma rutura de um destes Estados com a União significa o fim do projeto europeu. Se na Alemanha tudo se decidirá entre Angela Merkel e Martin Schulz, em França as coisas estão mais complicadas.
A candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, lidera solidamente as sondagens. Está com intenções de voto de dois dígitos em todo o país e claramente à frente na primeira volta, em particular entre a classe trabalhadora e os mais jovens. Esperemos que um dos candidatos progressistas, Macron ou Hamon, possa estar à altura do desafio de derrotar Le Pen numa segunda volta.
Capital Europeia do Desporto
A mês e meio da Meia Maratona de Lisboa já temos mais de vinte mil atletas, incluindo quatro mil estrangeiros, e o melhor elenco feminino de sempre, incluindo a atual campeã olímpica. Lisboa vai encher-se de novo para receber a final da prova.
Mais uma clara demonstração de que merecemos ser a Capital Europeia do Desporto 2021. Inscreva-se!