Faz 50 anos na segunda-feira, dia 5, o início da chamada Guerra dos Seis Dias. Essa guerra, a segunda combatida e ganha pelas forças israelitas sobre os países árabes desde a fundação de Israel, em 1948, moldou o Médio Oriente e o que são as relações anómalas entre judeus e palestinianos.
O dia pode servir para reler a História e verificar como criou raízes o ódio de hoje. Para quem vive nos territórios ocupados da Cisjordânia ou de Gaza esse voltar atrás não pode ser distanciado, pois 1967 significou a expulsão de quase um milhão de palestinianos e a humilhação é repetida nas revistas diárias de palestinianos sempre que entram em terras de Israel a partir das suas próprias terras, boa parte delas ocupadas durante essa guerra que agora cumpre 50 anos.
Haverá ainda esperança de paz quando para Israel o dia a dia se faz de vitórias e para os palestinianos é uma sucessão de derrotas? A paz implica perdão, implica o quase inumano distanciamento tão bem narrado pelo judeu David Grossman no romance ‘Até ao fim da Terra’. Mas saberão os palestinianos perdoar décadas de sofrimento? E saberá Israel existir aceitando traçar fronteiras numa terra que quis sua?