Não há distribuição de dinheiro, o dinheiro é das pessoas." As palavras são de Mário Centeno, professor de economia, académico, especialista em mercado de trabalho, o provável próximo ministro das Finanças. A declaração, na entrevista à RTP, serviu para defender que se deve estimular a economia porque a austeridade foi longe de mais.
Que dinheiro é que é das pessoas foi o que não se entendeu. No caso do Estado, há uma parte do dinheiro gasto que é de pessoas específicas: pertence a quem faz poupanças e as empresta à República portuguesa. São portugueses e estrangeiros que geralmente se designam como "investidores" que se reúnem no que parece ser, mas não é, uma abstracção, os mercados. Além disso há todo um passado acumulado sob a forma de dívida que é preciso ir pagando ou rodando.
Sim, no quadro da lei, o dinheiro é de facto das pessoas, dos pensionistas e dos funcionários públicos, de quem paga impostos e contribuições. O nosso problema é que esse dinheiro é pouco e as dívidas do País são muitas.