Ao fim da tarde de 31 de Dezembro de 1999, uma sexta-feira, Mafalda entrou na papelaria para comprar envelopes. Cedendo a um impulso, comprou também uma agenda, sem atender que era demasiado grande, e que teria de arranjar outra mais ajustada para trazer na bolsa.
No dia seguinte, sem intenção de continuar, somente porque lhe parecia extraordinário assistir à viragem do século, abriu a agenda e escreveu um pequeno resumo da sua identidade e da sua vida: vinte e quatro anos, solteira, filha única, os pais vivos, veterinária, namorada do Paulo, casamento marcado para Setembro.
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