Um Orçamento de Estado é um teste revelador. Se há documento político que mostra as prioridades de um governo, as suas opções ou caminho é este. E este Orçamento revela que o rumo do país melhorou mas não mudou.
A política obcecada com o défice mantém-se. As medidas tapa-buracos continuam, a fragilidade persiste, a instabilidade fiscal prolonga-se. O investimento é anorético, não há um plano e um rumo para o país, os serviços públicos continuam feridos. Este orçamento cumpre as regras básicas da Europa e o sacrossanto três por cento, mas não vai gerar nem desenvolvimento nem crescimento. A economia continuará estagnada, sem vibração ou rasgo.
A melhor face deste orçamento, a que procura maior justiça fiscal, o respeito pela Constituição, pelas leis e pelos direitos, que faz reposições e reversões, tenta equilíbrios, efectivamente, melhora a coesão social. O ambiente fica mais respirável, diminui-se a crispação.
Enfim, este orçamento é político mas não económico. Há bom ar mas pouco emprego.
Muito mais coração mas pouca carteira. Esperemos que António Costa e a geringonça não cheguem a recomendar, como a Maria Antonieta, que à falta de pão comamos brioches.